Quais são as hipóteses de estar a quilómetros de distância e me cruzar com (talvez?), a pessoa que mais amei mesmo não tendo tido nada com ele? Ora aí está! Estando eu de férias "very far away" e o Dr. Mini Micro Palito (aka Lacoste) a trabalhar, eu diria que, quanto muito, seriam, senão nulas, apenas 0,0001 % mas, pelos vistos, acontece!
Venho eu a cruzar o parque de estacionamento de um hospital central a muitos quilómetros de distância quando me distraio a olhar para uma pena de pavão, que vi no chão e achei lindíssima, tendo pensado e verbalizado "sinal de sorte!".
Essa mesma fracção de segundos foi o quanto bastou, happily!, para não nos cruzarmos.
- Olha o...! - exclamou quem me acompanhava.
- Qual...?
- Ora, qual...?! (como quem diz que eu bem sabia qual era!).
- Sabes que quando vínhamos a entrar aqui vi um veículo como o dele e me lembrei automaticamente, sem me ter apercebido... - exclamo em voz alta sem me aperceber. Interiormente penso várias coisas ao mesmo tempo.
"O interruptor ainda não se desligou a avisar que está por perto!"
"Por que é que o interruptor ainda não se desligou?!"
"Ora aí está o gajo (casado à pressa e muito às escondidas) de quem me despedi há mais de um ano e cuja situação nunca ficou resolvida!"
E a última e derradeira questão:
"Porquê?"
Verbalizo novamente "a ver se não nos cruzamos" ao que, quem me acompanhava anuiu sem sequer questionar. Na verdade, para quê colocá-lo numa situação estranha que ele tenta a todo o custo evitar, ver a aliança no dedo, quando ele nada contou e eu pensava que éramos amigos?! Totalmente desnecessário.
Penso para mim mesma neste exacto momento em que dou azo e vida aos meus pensamentos escrevendo no bloco de notas colorido que trago dentro da mala e dou pelas conclusões "começou o dia como começou e, ainda nem três horas passaram e já dois choques para eu estar bem acordada. Alguém lá em cima deve estar a brincar comigo, só pode! No entanto, quando os acontecimentos se sucedem em catadupa é porque o final está próximo e a resolução final (aka DESAPARECIMENTO), quiçá, "ao virar da esquina". Portanto, venham de lá o Gravatinha na praia à tarde, o ex-B. na gelataria ao pôr-do-sol e o ex-T. no restaurante à noitinha! Venham de lá todos!!!
Atravesso o resto do parque que me falta, consciente do cheiro ocre mas agradável da carrraspa arrezinada e da caruma caída dos pinheiros em meu redor e, ao mesmo tempo que vislumbro a mancha amarelada do pólo desaparecer por entre os pinheiros e o "supé" topo de gama cor de nuvem, ouço-me dizer num tom cómico e, simultaneamente, melodramático, piscando o olho:
- Achas que seria muito mau se me chegasse ao pé dele, lhe tossisse para cima e dissesse que estou aqui no hospital porque tenho algo contagioso?!
Iva*
P.S. Curioso ter sonhado com ele e ter contado a quem me acompanha o que tinha sonhado; mais curioso ainda ser "pavão" uma das suas alcunhas e ter visto a pena (estranhamente) ali naquele local tão inesperado.
1 comentário:
Ficção ou realidade!!!!!!!
Escaravelho
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