Uma verdadeira declaração de amor...

Curiosamente hoje encontrei algo que não esperava... Uma das cartas que escrevi ao meu ex-namorado. Já lá vão bem mais de três anos... Encontrei e hoje não doeu. Para ter escrito o que escrevi a alguém, essa pessoa foi muito especial para mim e só pode ter-me feito sentir mesmo muito amada e especial (já não me recordo bem pois quando as coisas terminam eu apago pura e simplesmente!). Ainda assim, deu bem para ver as diferenças... E isso... Isso já diz TUDO. MESMO TUDO!!!

Olho para os teus olhos e perco-me neles muitas vezes.
Fico silenciosa, sem nada dizer, parecendo não estar ali… desfrutando apenas a beleza imensa daquele momento que eu queria que fosse eterno.

Perco-me igualmente no teu sorriso, fonte de beleza do teu ser pois adoro ver um sorriso sincero, ainda que estejamos rodeados da mais profunda escuridão, ainda que faça chuva, trovoada ou mesmo uma névoa intensa que parece nada deixar ver… ainda assim, sou capaz de ver o brilho intenso do teu sorriso sincero.

Encontrei-te quando já tinha desistido de procurar.
Parecia-me uma busca sem frutos, sem razão de ser e sem ter um fim por escrever!

Limitei-me a deixar-me ir, não apreciando muito a tua companhia, limitando-me apenas a ver-te, tal como és, sem me iludir – julguei que assim não haveria atracção pois a crueza e nudez de um ser que não é visto por outro através dos óculos da ilusão nunca me poderia seduzir e fascinar, certo?

Enganei-me e foi um feliz engano ver que encontrei alguém que parece ser a metade do meu molde pois pensa como eu, ri como eu e compreende o que eu compreendo, sem necessidade de explicações ou do uso de palavras.
Um simples abraço teu lembra-me que não estou sozinha e dá-me a força para caminhar quando penso que essa se esgotou.

Quem me dera transmitir-te força do mesmo modo pois amar alguém que se desnuda de preconceitos, vaidades, materialismos e ilusões à nossa frente (à espera de ser visto apenas como é e nada mais!), é algo de tão puro e maravilhoso que só o entenderá quem do mesmo modo se desnuda!

Desnudo-me de materialismos terrenos, perante ti, esperando que me vejas como sou e que me ames do mesmo modo sincero e puro, não sentindo nem mais nem menos do que sinto por ti:

AMO-TE!

3 de Janeiro de 2005, 10h. 43m –

E esta foi uma das poucas vezes em que registei: AMO-TE!