"... tenho ciúmes quando alguém se aproxima de ti..."
"Ciúmes, porquê?"
"Porque acho que gosto de ti...!"
(...)
"Pois, então temos que falar..."
E passaram minutos, horas, dias, muito mais de uma semana...
"Estás arrependido...? Do que disseste...?"
"Não e continuo a dizer o mesmo... acho que gosto de ti..."
"Mas nunca mais disseste nada... Pareces arrependido..."
"É melhor afastarmo-nos, não vá a flor amor renascer de novo..."
E passaram muitos, mas muitos mais dias...
Mas o príncipe e a princesa voltaram a aproximar-se, apesar do mau-olhado das muitas bruxas em seu redor...
"... quero viver a adolescência que nunca tive, por isso não quero compromissos, percebes? Pode ser que um dia me venha a arrepender, mas não quero relações antes dos 30 e só me quero casar aos 35..."
"... pois, mas isso não quer dizer que não queiras aventuras..."
(...)
E muitos, mas mesmo muitos mais dias passaram...
"... não estou arrependido do que disse nem da decisão que tomei. Por acaso seria agradável pensar que se me afastei foi porque vi que ele andava lá perto, não é?..."
"... partes do princípio que se tentasses alguma coisa comigo ias mesmo conseguir..."
"... ele é boa pessoa, por isso deixei-lhe o caminho livre... ele não consegue ninguém... beijo de um amigo às direitas..."
"VAI À MERDA!"
E as bruxas venceram no fim pois eles pouco se viram desde então e nunca mais falaram, com a excepção de meia dúzia de mensagens trocadas, quase todas de madrugada, tendo a iniciativa sido tomada pela princesa que mandou o príncipe à merda- O príncipe prometeu que iriam falar pessoalmente, aliás perguntou-o.
A princesa disse que falariam quando ele quisesse. E morreu à espera dessa conversa pessoal onde o príncipe iria fazer os comentários que deixou por fazer nas mensagens.
E aí as bruxas fizeram uma enorme festa e riram "à brava" pois eles nunca mais falaram e foram infelizes para sempre - a princesa teve sucesso na carreira, tornou-se escritora, mas viveu sempre solitária. Um dia achou que estava a mais neste mundo e suicidou-se. Era ainda muito jovem. Nem 30 anos tinha. Ninguém deu por nada.
O príncipe teve aluns percalços iniciais na sua nova carreira profissional, fora do seu país, mas até acabou por ter algum sucesso. Depois conheceu uma puta e casou-se com ela pois queria uma família e, além disso, já tinha 35 anos. Deu o seu nome a muitos filhos, de muitos homens, pois a sua infiel esposa nunca teve um único que fosse seu. Para sustentar a esposa, empenhou-se bastante.
Quando ficou falido e sem emprego, a esposa pô-lo fora de casa e ele ficou a viver sozinho e morreu sozinho, com quase 120 anos de idade.
E as bruxas ainda hoje riem destes dois - o Príncipe Medricas e a Princesa Orgulhosa pois nunca na história da Humanidade houve uma história tão triste e infeliz (nem tão fácil de resolver como a destes dois - bastava ela deixar o orgulho de parte e ele abandonar o medo).
E ainda hoje se ouvem as bruxas rir sempre que um cavaleiro amador pensa em rumar a terras de Ferreira...
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