Iva's place

Aqui, fala-se de amor...esse sentimento louco que mexe cá dentro e nos faz vibrar de emoção.

Seja curto ou duradouro, dele todos queremos um pouco ou não pule cá dentro o coração!

Bem-vindos!

Iva*

sábado, 15 de dezembro de 2007

Inside a bottle!


Vejo as pessoas à minha volta, mesmo as de família.

Observo-as à distância, protegida no meu mundo, como se elas não me conseguissem ver.

Isolo-me propositadamente pois de nada me serve estar ao pé delas - por mais próximas que estejam, nunca estão perto de mim, não me vêem a mim.

Nunca me verão como tu viste mas isso agora também pouco ou nada interessa.

Não tenho objectivos, não tenho perspectivas.
Não enho nada além do trabalho.
Os amigos têm a vida deles e simplesmente me esforço por lhes dar um sorriso, como eles merecem, não que realmente me apeteça sorrir.
Também não me apetece chorar. Simplesmente não me apetece nada.

Vivo para o trabalho e é só. Não me apetece sair, não me apetece falar. Para quê? Com que objectivos, quando de facto não tenho nenhuns?
E so têm de respeitar isso.
E deixar-me em paz.
Trabalho durante a semana e o fim-de-semana é para ficar em casa, no meu pequeno castelo onde só entrava quem eu quisesse e agora não entra nibnguém simplesmente por o castelo não ter porta. E realmente não me apetece fazer uma. Assim não entra frio, não entra chuva e também não está tão escuro assim.

Tem janelas, daquelas que servem para observar as pessoas na rua: as pessoas que têm vida própria, objectivos... que têm filhos, que têm alguém a seu lado com quem partilhar a vida, o tipo de pessoas que anda de mota só porque sim, e que tem sempre a porta aberta só porque lhes apetece. Eu não preciso disso. E mais que o trabalho também não vejo qual a utilidade.

Para mim agora é assim: trabalho e mais nada.
Os sonhos que tive já mos arrancaram demasiadas vezes.
Desta vez, agarrado aos pedaços destroçados dos meus sonhos, foi também o meu coração.

Façam força para o atingir a ver se conseguem!
Quanto muito ouvem o eco. Esforço inútil.

Não me apetece sorrir, mas também não me apetece chorar.
Não me apetece nada. Também não estou mal. Estou eu. Nada mais.

E mais ninguém me vai arrancar os sonhos que destruiste, nem mesmo os de amizade que nunca havia perdido... porquê? Simplesmente porque já não existem. Não morreram. Simplesmente deixaram de existir.

E não me venham com filosofias baratas dizer que estou melhor sem ti, que me fazias mal.
Não me venham balbuciar que sozinha é que estou bem, sem ninguém a prender-me, quando, de facto, quando precisava que me ouvissem, estiveste SEMPRE, SEMPRE LÁ. Da mesma forma que eu estava sempre lá para ti, a qualquer hora, apesar de eu ser mais tímida e ter receio de te ligar fora de horas, não fosses tu estar com outra pessoa.

...

Hoje foi mais uma reunião familiar e com amigos da família. O meu tio era o centro. Adoro o meu tio, mas já não consigo partilhar aqueles momentos ridiculamente felizes passados em conjunto quando não me sinto integrada, quando sinto que me olham com pena, ou julgando que tenho apenas quinze anos...

Não consigo estar a cantar parabéns aos amigos da família, representando uma peça de alegria quando de facto não a sinto nem sei o que é sentir isso.
Estou sozinha. Não me digam que compreendem e sabem como é. Nunca estiveram tão sozinhos como eu, sempre tiveram a quem recorrer. Não me venham dizer iso quando não sabem o que é. E aidna tenho de ouvir parvoíces por ser filha única quando nem dos meus pais tenho apoio e compreensão. E agora também não quero. Deixem-me estar e não me perguntem como estou! Sobretudo não mo perguntem com um esgar de pena e falsa empatia.

A minha vida é o trabalho e isso não é objectivo. É simplesmente assim. Foi assim que a vida me correu, por mais que me esforçasse por fazer os outros felizes. Por mais que me esforce por continuar a fazer os outros felizes e a ter esperança no futuro. A minha, por mais que eu me esforçasse, resultou nisto. Não me perguntem! Eu não vou responder! Não quero responder! E, se respondesse, provavelmente eras das poucas pessoas que iria sentir cada palavra do que dissesse... e talvez nem mesmo tu entendesses. Mas agora não interessa.

Refugiei-me no carro a ler um livro "Banida" - até ela, que não sentiu apoio de ninguém, teve alguém ao lado. Nem ela iria compreender.

Refugiei-me no carro olhando as crianças a brincar, a ver os pais ocupados com as crianças, as mulheres na coscuvilhice habitual, os homens a discutir qual o vinho ou o carro mais potente... e eu no carro. Observando tudo, de dentro da minha garrafa, criteriosamente selada.

Estou cansada. Vou dormir...

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