Iva's place

Aqui, fala-se de amor...esse sentimento louco que mexe cá dentro e nos faz vibrar de emoção.

Seja curto ou duradouro, dele todos queremos um pouco ou não pule cá dentro o coração!

Bem-vindos!

Iva*

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A sina de quem nasce fraco... ou forte!


Ao fim de quase cinco meses sem falarmos,uma grande coincidência:


estás na mesma acção que eu, tu que detestas esse tipo de coisas.


Outra ironia do destino: havia poucos lugares na sala e o que te guardaram só não foi ao meu lado porque a S. se sentou depois.


Entras na sala. Até me ia dando uma coisa.
Por ironia. Quase ao meu lado.
Olhas e ficas muito inquieto.
Finjo não reparar.
Tiro apontamentos da acção.


Subitamente uma mão que se aproxima do meu caderno.
Conheço essa mão: é tua!
Olho para o lado surpreendida após tirar a minha mão.
Estás debruçado sobre a mesa.
Olhar meloso, voz ainda mais melosa.

"Ah, Iva eu reencaminhei o teu mail do jantar"
"Eu sei" - respondo sem entusiasmo ou arrogância.
"Sim, mandei para todos, por isso é natural que haja mais gente a ir..."
"Sim, eu sei, também enviaste para mim... eu vi"
"Pois, eu vou, mas depois mais perto logo te confirmo, mas enviei para todos os colegas..."
"Ok, obrigado."

Cortei o diálogo e depois escrevi num papel que tinha mudado de data.
Disseste que não podias ir. Ias de férias.
Ok, respondi.
Começaste a falar do teu gato.

Reparaste até que eu hoje não levava água da marca habitual.
A meio falei com uma colega e tu sempre a meteres-te.
Fiz duas intervenções na acção: falaste em público directamente para mim na primeira, apoiaste o que eu disse na segunda. Mas eu não precisava disso.

Toda a gente reparou que estavas inquieto, agitado, eléctrico.

Até parece que lhes conseguia ler os pensamentos: "quando a Iva está, o F. perde o seu ar frio, sério e superior e derrete-se todo. Parece um puto! Não consegue estar quieto! Olha, lá estão eles com bilhetinhos!"

No bilhete perguntei-te se tinhas ido à piscina (da última vez que falámos por sms, há quase 2 meses, disseste que respondias porque o orgulho devia ter ficado na piscina).
Perguntaste por que é que eu fazia essa pergunta.
Perguntei-te por que é que querias saber.
Disseste que podia perguntar o mesmo, mas que preferias não entrar por esse caminho.

Dobrei o bilhete e guardei-o.
Não te respondi mais.

Não disseste querer falar pessoalmente (há 2 meses?!).
Ainda estou à espera. Mas não que continue a ser importante para mim.
Gostaria de responder a muitas perguntas, mas a vida mudou-as.
Creio que já não me interessa realmente.

Vi que no intervalo da manhã os teus olhos buscavam-me, apesar de teres agarrado um dos colegas como uma lapa, com receio que eu te dissesse algo.
Não o iria fazer. Acredita.

Ao almoço viste que eu estava sozinha à espera de alguém, enquanto tu estavas na fila do refeitório. Vi que hesitaste em vir falar comigo ou não.
Não percebeste que eu o percebi.
Voltei costas e afastei-me.

Nem almocei ali.
À tarde faltaste às duas primeiras horas para trabalhares um pouco. Tinha de ser.
Senti o ar mais leve. Gostei.

No intervalo forçado da acção fui ao bar.
Mas estava tão apertada, tive de ir ao wc. No exacto momento em que passo a porta onde estavas, ela abre-se.
Acelero o passo fingindo não reparar.

Volto à acção de formação, já lá estavas.
Olhavas para mim quando passei por ti para me sentar.
Olhei para o infinito fingindo não te ver.

Como o fiz, meteste-te com a S.
Reparei que continuaste a olhar de vez em quando, mas a hora passou rápido. E saíste que nem uma flecha. Aposto que tinhas receio que fosse atrás de ti e te confrontasse.

Mas não interessa.
Acho que já nada interessa.
Sei que a minha cura está próxima.
Não direi o mesmo da tua.
Tenho a certeza do que vi nos teus olhos.
Nem tu sabes disso.
Nem tu te apercebes.

Um dia irás aperceber-te do que sentes.
Darás conta da minha ausência.
Nesse dia serei só isso para ti.
Um espaço por preencher.
Parti há muito.
Não te deste conta.
Não me valorizaste.
Foste puto!
Declaraste-te, fugiste.
Só amigos: pois, claro!
Mas não agiste assim.

Um dia saberás que me amas.
Mas o eu que tu amares já não existirá.
Parti!
E não volto.
Não para ti.

Parti!

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