Ainda hoje me perguntaram por ti.
"Não sei", respondi."Não falamos há mais de quatro meses."
Para que hei-de fingir que está tudo bem e sei de ti? Não sei. É essa a verdade.
Enterraste-me viva.
Eu colei a imagem de ti, que tu próprio queimaste, e tento fazer-lhe um funeral adequado.
Ao menos tu não vais sufocar no teu próprio ar.
Eu sufoquei.
Agora por aqui ando.
Só.
Não creio que fizesse diferença acompanhada.
Não eras tu.
"Então o...?" - perguntam-me.
"Não sei, não falamos há mais de quatro meses." - respondo de um só fôlego, sem sequer suspirar.
"Então, mas...?"
"Não sei. Não me interessa, de qualquer modo. A sério."
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