Hoje vi-te. pela 2ª vez esta semana. Quase dois meses sem te ver e agora parece que é kharma.
Por acaso devo dizer que olhei, sim. Julguei que era o chefe que vinha a descer as escadas e que tinha cortado o cabelo. Olhei para ver. Nada mais. Tanto que nem desviei o olhar ou fiz outra cara qualquer quando fixaste o olhar em mim.
Mais magro, mais fechado, mais sisudo. E nada mais.
E depois andavas ali de um lado para o outro. Fez-me lembrar os velhos tempos em que o fazias (e soube-o depois) um pouco propositadamente.
O mais estranho foi quando o H. me contou que foi à minha procura e te viu numa sala. Pelos vistos perguntaste se ele andava à minha procura, assim directamente, sem ele dizer nada. Ele anuiu, ao que tu disseste onde eu estava.
Mas como é que me viste se eu estava tão escondidinha no gabinete? Bem me pareceu ver-te por cima do ombro, mas... Até me deu a sensação que estavas à escuta da conversa, mas depois achei que estava a inventar. Afinal se calhar não estava.
Aqui coloco um "porquê?".
No segundo faço-te regressar às escadas e àquele olhar, leve, vazio, fechado, não feliz. Porquê? Pelo mesmo motivo que às vezes te olhava e adivinhava os teus pensamentos... Desta vez captei um "há tanto tempo que estamos longe, mas agora quando fizer um click e olharmos um para o outro, jamais algo nos voltará a separar." O estranho é que na mesma fracção de segundos em que captei isto, também me apercebi que o pensamento não tinha sido meu. É este o segundo porquê.
E sei que não vou ficar a pensar mais nisto. Já escrevi. Já saiu da mente. Esvaziou. Estou bem. Tu talvez nem tanto. Paciência!
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