(imagem google)
Toda a nossa vida pensamos que um dia encontraremos a nossa alma gémea e que o máximo dessa busca é ficarmos, para sempre, ao lado de quem a for.
Se eu contasse toda a minha história, tenho a certeza que muitos pensariam que se trata de um livro da mais pura ficção. Talvez um dia conte essa minha história, sim. No entanto, por agora, resta-me deixar aqui pequenos testemunhos, como este de agora...
Quando finalmente encontrei a minha alma gémea, julguei que os sinais eram tantos que eu estava a ficar louca. Ele chegou mesmo a contar partes de sonhos que eu tinha desde miúda que, não sendo lugares-comuns, nunca me tinha atrevido a contar a ninguém. Então, como podia ele descrever as mesmas coisas que eu?
Confesso que durante alguns meses sentia uma confusão tão grande na minha cabeça que julguei que tinha ficado doida de vez. Todavia, após um infeliz afastamento nosso, dizendo ele palavras tão más, tão más que senti morrer-me por dentro, entendi o Bem Maior.
Ele apareceu nesta minha vida, pois já tínhamos partilhado muitas vidas antes, certo é. Contudo, desta vez, a ideia não seria tanto o estar junto a, mas ajudar a quem. Encontrámo-nos pois eu falhei numa promessa que lhe fiz e, nesta vida, ele não consegue confiar em ninguém, tem pavor de água e, como eu, não sabe nadar... (Na anterior vida, eu morri muito jovem, afogada... essa é outra história que talvez nunca chegue a contar, ou talvez sim, quem sabe? Se vir no meu escrever algum bem útil, talvez o faça)...
Assim sendo, encontrámo-nos uma vez mais para nos podermos despedir como não o fizéramos antes. Seguimos então, cada um, as nossas vidas. Com pessoas diferentes a nosso lado. Curioso é que, alguns meses mais tarde, foi ele que me contactou, admitindo que talvez não tivesse agido da melhor forma. Se o censurei, berrei, critiquei, acusei? Quem sou eu para o fazer? E se tivesse sido o oposto. Não o fiz. Escutei apenas, tal como tenho escutado de todas as vezes que me liga. Tal como tenho tentado ajudar, de todas as vezes que me procura para pedir ajuda.
Talvez, afinal, nesta vida em que agora sou feliz ao lado de outra pessoa, desejando que ele também o seja, o Bem Maior seja mesmo percebermos os dois que ninguém manda na vida nos pontos que já estão marcados. Decidimos todos os outros que não estão e que são mais, mas não podemos mudar os poucos que nos estão destinados.
Nesta vida, creio que tinha de fazer a despedida que não fiz e ajudá-lo, afinal, sinto que foi para isso que vim cá procurá-lo. Não tendo necessariamente que ser feliz só com ele, mas cultivando a sua amizade, amando outra pessoa que me aprende dia-a-dia, me ama, me vê de verdade e a quem retribuo da mesma forma cada grão de areia desse mesmo amor. Afinal, por mais curioso ou lugar-comum que pareça, a pessoa que tenho agora a meu lado também já a encontrei há muito, muito, muito tempo atrás. Apenas nos cruzámos na altura e nunca caminhámos lado a lado. Agora? Bem, neste momento talvez já seja mais que altura de o fazermos.
Iva*
"Te encontrarei em algum lugar..."
3 comentários:
Sempre escreveste muito muito bem!!!
Obrigada! Agradeço apesar de não saber a quem o fazer :)
Obrigada! Agradeço apesar de não saber a quem o fazer :)
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