(imagem google)
Muito se tem escrito sobre o assunto, mas, afinal, o que nos derruba?
Será mesmo a rejeição por parte do outro? Ou será o facto de a grande maioria ter plena consciência de que é necessário termos sempre a aprovação, o "muito bem, estás excelente, continua!", para nos sentirmos importantes e, a certo ponto, mais altos que os outros?
Sob este ponto de vista, recordo-me subitamente da grande Florbela Espanca: seria tão somente uma coitadinha que morreu por amor, uma chorosa pelos cantos, uma fraquinha apaixonada, ou, conseguirá a maioria ver para além da mulher apaixonada e enxergar verdadeiramente os seus ideais de amor, a sua fé, a sua vontade extrema de amar e ser amada, a sua vontade de viver com os óculos do amor postos? Florbela Espanca era muito mais que aquilo a que a reduzem!
Era uma mulher que acreditava no amor e vivia pelo amor. E depois morreu. Matou-se. Mas não foi só isso. Não foi só suicídio. Florbela simplesmente perdeu a Fé no Amor da Humanidade. Assim sendo, não encontrou mais lugar para si e morreu mesmo antes de se suicidar.
Se falhou? Falhou pois! Fez muito bem em viver por amor e amar os outros, mas falhou no principal e foi esse o erro que lhe colheu a vida ainda enquanto respirava: ESQUECEU-SE DE SE AMAR A SI MESMA!!!
de Florbela Espanca
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
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