Iva's place

Aqui, fala-se de amor...esse sentimento louco que mexe cá dentro e nos faz vibrar de emoção.

Seja curto ou duradouro, dele todos queremos um pouco ou não pule cá dentro o coração!

Bem-vindos!

Iva*

sábado, 3 de setembro de 2011

Como exterminar uma alma: desgostos de amor!



 (imagem google)

Muito se tem escrito sobre o assunto, mas, afinal, o que nos derruba?

Será mesmo a rejeição por parte do outro? Ou será o facto de a grande maioria ter plena consciência de que é necessário termos sempre a aprovação, o "muito bem, estás excelente, continua!", para nos sentirmos importantes e, a certo ponto, mais altos que os outros?

Sob este ponto de vista, recordo-me subitamente da grande Florbela Espanca: seria tão somente uma coitadinha que morreu por amor, uma chorosa pelos cantos, uma fraquinha apaixonada, ou, conseguirá a maioria ver para além da mulher apaixonada e enxergar verdadeiramente os seus ideais de amor, a sua fé, a sua vontade extrema de amar e ser amada, a sua vontade de viver com os óculos do amor postos? Florbela Espanca era muito mais que aquilo a que a reduzem! 

Era uma mulher que acreditava no amor e vivia pelo amor. E depois morreu. Matou-se. Mas não foi só isso. Não foi só suicídio. Florbela simplesmente perdeu a Fé no Amor da Humanidade. Assim sendo, não encontrou mais lugar para si e morreu mesmo antes de se suicidar.

Se falhou? Falhou pois! Fez muito bem em viver por amor e amar os outros, mas falhou no principal e foi esse o erro que lhe colheu a vida ainda enquanto respirava: ESQUECEU-SE DE SE AMAR A SI MESMA!!!


Amar!


de Florbela Espanca


Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar!  Amar!  E não amar ninguém!

Recordar?  Esquecer?  Indiferente!...
Prender ou desprender?  É mal?  É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
  


Florbela não amava ninguém por ter medo de perder, mas, acima de tudo, por não se conseguir amar a si mesma. "Que seja a minha noite uma alvorada... que me saiba perder... para me encontrar...". Infelizmente, só na morte se encontrou, talvez só mesmo aí tenha entendido que, acima de tudo, amar este, aquele, outro qualquer, começa cá dentro: amando-se a si mesmo! É isso que não se deve esquecer quem ama, em especial, quem MUITO ama.
 
Bjoka, *Iva*

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