Durante muitos anos namoraram. Família rígida, a dela, mas isso não impediu o seu amor.
Acabaram por casar, fizeram-se planos e conseguiram cumpri-los. Sempre os dois vivendo ao toque da batida de um só coração, pois era assim mesmo que eram: dois em um, um em dois - duas almas envoltas num só grande amor.
Riam, brincavam, trabalhavam, decidiam, agiam. Sendo cada um, sempre, o melhor amigo e companheiro do outro. Não havia felicidade que igualasse.
Também tinham os seus desentendimentos, claro, como todos os casais, mas isso fazia parte da aprendizagem e não diminuía o seu amor. Pelo contrário, aumentava-o.
Um dia ela não se sente bem. Vai ao médico. Sem avisar, diagnosticam-lhe uma doença incurável. É rapidamente internada e os meses passam num ápice. Ele não quer acreditar. Não consegue mentir a ninguém e o tempo congelou-lhe o coração, incrédulo, por sentir o outro bater agora de forma diferente do seu, mais fraquinho. Cada vez mais fraquinho.
Ela desapareceu do seu mundo e o seu mundo ruiu. Sentiu-se não alguém perdido, mas a metade de outro que já não existe no nosso mundo, o visível. Não compreende, não aceita, sente-se partido ao meio e falta-lhe a outra metade, a que necessita para viver.
Entretanto, os anos passam. Muitos. Sem pedir perdão. Ele isolou-se do mundo, mas, pouco a pouco reintegra-se. É difícil. É complicado, mas começa a aprender a sorrir de novo, a olhar para as crianças de forma diferente, a olhar para os outros casais de forma diferente.
Sorri de novo, ainda que apenas metade.
Olho-o e sorrio ao ver a aliança. Não é estar preso ao passado. É continuar a amar mesmo depois desta vida. É ter encontrado a sua alma gémea e não ter tido tempo suficiente nesta vida para poder amar de novo, com corpo e com alma.
Tenham passado dois dias, tenham passado duas décadas, sei que usará aliança para toda a vida, mostrando a todos o amor que os une.
Sim, falo no presente! É que, aqui entre nós... (schiuuu), quando se encontra a nossa alma gémea, ela nunca nos foge, permanece junto de nós até arranjarmos a coragem para sermos felizes de novo, até se poderem unir de novo para voltarem a ser felizes... Não há abandono. Permanece-se! :)
E, há coisas assim... nas quais só acreditamos, vendo! ;)
Bjoka,
Iva*
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