Bem, creio que depois de leite entornado, já nada mais há a fazer.
Por vezes tomamos decisões estupidamente radicais e isolamo-nos no casulo, afastando de nós os sorrisos. Para os outros serão decisões irracionais e depois ouve-se constantemente "quem tem medo..." ou "quem não arrisca...". Mas não compreendem. A angústia de se estar presa, o pânico de se entregar de novo o coração, o sufoco de um "e se..." que pode facilmente culminar num "não"!
Depois, muitas vezes dizem que não compreendo estas angústias. Emtão não?
Um ex (the big first serious one) que se lembra de mim passados quê? 10 anos depois? 11??? Na verdade, para mim parecem ter passado mais de 20 anos, se calhar foi isso... Entra a todo o vapor na minha vida, recitando um já bem conhecido rol de elogios magnificamente estupendos (again!), fala em casar, em filhos... refere até os filhos que já teríamos tido por esta altura, já grandinhos e na escolinha... faz questão de me informar que está bem posicionado, que ganha bem... E é isso que me interessa? Não é! Eu nem me lembrei mais de me esquecer de ti, simplesmente deixaste de existir na minha vida...!
Dois outros ex, com longas relações das quais prefiro nem falar...
Depois o Dr. Gravatas, muito bem apessoado na sua chiquérrima super-bem-conhecida empresa, ao qual nem namorado posso chamar porque para mim, bem vistas as coisas, não foi. E depois as ameaças que choveram daquela parte (felizmente tenho testemunhas e provas materiais do sucedido)... mas ele estava borradinho de medo que eu sujasse a sua imagem tão bem aceite, tão agradável no seu meio. Manipula tão bem as pessoas!!! Continua a fazê-lo e as mulheres caem-lhe aos pés ao fim de 5 minutos de conversa. Pois é, o hábito faz mesmo o monge... parecer monge! Mesmo quando é o lobo vestido de cordeirinho.
Após isso, quando penso que finalmente consigo resolver tudo e estar frente a frente com o Lacoste, algo falha, acabo por dizer adeus por ver que algo não está como deveria e, um ano depois... sem ninguém o saber ou esperar... casa-se! E, pelos vistos, mesmo depois de casado, continua a ser simpático dizendo que tenho um lugar muito especial no coração dele porque sou muito especial... Bem, cabe-me o papel de amante ou quê?! Pseudo-platónico-amante, claro, pois nunca tivemos nada. Mas também não posso dizer que não houve... Enfim... Homem casado é que não! Chamem-me antiquada, mas isso seria o degrau mais baixo, talvez o único que me falta descer nesta escalada invertida das cabeçadas na parede do coração...! Homem casado é, de facto, homem casado. Separado ou não, enquanto o papel disser casado... não sou capaz!!! Nem faço por isso!!! Relações à distância? Sorry, mas também nada disso!!!
Agora culpem-me por fazer as coisas erradas, dar a entender as coisas erradas, afastar-me por não querer andar angustiada de novo, por não querer apenas amizade (de novo!), por querer simplesmente ser livre... antevendo desde logo outra cabeçada na parede, mesmo sem tentar, mesmo achando que nem haveria hipótese de tentar.
Agora recolho-me à casinha da medriquice, guardando no bolso a minha liberdade, não esperando que me ofereçam a carta de alforria, levando o coração num fio bem amarrado ao pescoço... para não fugir, para não ser roubado... ainda que isso me faça parecer frágil, mesmo que isso me torne, de certa forma, um pouco frágil. Mas livre também.
Iva*
P.S. Só a morte não tem cura. Só a morte não tem solução. E eu que o diga. Bateu a uma porta próxima já este ano, e depois a outra... Isso deixa-nos a pensar no nosso pseudo-egoísmo por vezes necessário, mesmo que errado, mesmo que arda cá dentro, ainda que nos faça sofrer todos os dias um pouco... do outro lado do mundo.
«Maria Mena, Fragile»
«Sting, Fragile»
1 comentário:
Bem, resumindo... andas a partir coraçoes a "força toda" como s diz na minha terra!
Mas gostei do k li.
;)
Porta t mal
Enviar um comentário