Iva's place

Aqui, fala-se de amor...esse sentimento louco que mexe cá dentro e nos faz vibrar de emoção.

Seja curto ou duradouro, dele todos queremos um pouco ou não pule cá dentro o coração!

Bem-vindos!

Iva*

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A minha telenovela...


A curiosidade por vezes mata o gato... ou quem se deixa espreitar, mas, por que não revelar-vos como ficou afinal a minha telenovela mexicana pessoal (mais complexa que a brasileira)?

Dura desde inícios de 2006, já há uns anitos e aqui vai.

Para quem tem seguido o blogue, já sabe muito bem quem são as personagens principais: aqui a menina Iva, o Dr. Gravatinha e o Lacoste (recentemente re-alcunhado de Mini-micro palitito...um dia explico porquê. É engraçado!!!).

Ora eu senti um clique quando num jantar em 2006 fiquei exactamente sentada à frente de um colega de trabalho com quem, de facto, nunca tinha interagido directamente. Um jantar em que tínhamos um papelito à frente com os nossos nomes...

Sempre fui extremamente tímida, talvez agora já não o seja tanto (é o que dizem!), mas... naquela altura tenho a certeza absoluta que corei imenso por reparar naqueles olhos castanhos escuros que me observavam com bastante curiosidade do outro lado da mesa... se eu pudesse, tinha colocado ali um painel duplo no meio só para não ser observada.ahahahah!

Curiosamente, ele meteu conversa, brincou com os papéis, "roubou-me" o meu e assim começámos a conversar... A NOITE TODA enquanto durou o jantar (quase 3 horas)!!! Isto por entre um arroz espapaçado e um bife de sola, duro p'ra caraças (na verdade foi o pior jantar do meu serviço em sete anos, mas o melhor em termos de companhia e isso vou guardar sempre no meu coração. Comesse eu bife de sola todos os dias para poder repetir aquelas poucas horas, mas adiante...!).

As pessoas que nos rodeavam, em especial a minha amiga S, acabou por reparar em tal conversa pois eu quase nada falava com mais ninguém, nem ele... Ela também estranhou imenso pois eu andava cada vez mais retraída, isolada, solitária... havia saído de uma relação muito dolorosa há quase um ano, mas as repercussões e episódios seguiram-se intensamente durante uns 8 meses após o fim (com recaídas, com desejo que ele voltasse para mim que eu perdoaria tudo... perdoaria tudo a uma pessoa que me maltratou tanto ou mais do que... nem sei! Nem existe termo de comparação! Mas eu achava que era amor...!). Também tinha tido um acidente que quase me punha sem andar para o resto da vida ... com outras supostas consequências também! Foi então surpreendente para a S. eu estar a falar assim com alguém que ainda por cima nem conhecia...

Meses antes tinha começado a trabalhar com o Dr. Gravatinha, mas sei que já me tinha cruzado com o Lacoste (na verdade o A.), por várias vezes pois recordo-me daqueles olhos de algum lugar... só pode ter sido daí.

Com o decorrer do tempo acabei por me ir aproximando do Gravatinha, mas lembro-me perfeitamente a forma como entrei em pânico por ter sentido algo forte pelo Lacoste só com aquela conversa. Tão forte que me fartei de auto-criticar "Iva, não podes sentir nada por ninguém com quem trabalhes!!! Iva!!!!! CHEGA!!!! NÃO PODE SER! NÃO MISTURES TRABALHO COM OUTRAS COISAS!!!!" No entanto, houve qualquer coisa de bom que ficou guardada no meu coração, além de eu ter colocado logo na cabeça que eu estava longe de ser a "mulher ideal" do Lacoste.

O tempo, o trabalho e mais coisas que agora acho que não foram coincidências, mas acções propositadas, acabaram por me aproximar do Gravatinha, que tinha CURIOSAMENTE! gostos semelhantes aos meus. Mais tarde descobri que foi mesmo tudo propositado e os gostos foram afinal estratégias de atracção que, passados quase 3 anos, acabaram por funcionar ainda que apenas brevemente.

Adiante, pois não vou entrar em repetições, o Gravatinha acabou por ser extremamente estúpido comigo, estivemos cerca de 9 meses sem falar, depois de tanto o ter ajudado, até quando um familiar faleceu e ele andou nas ruas da amargura. Voltou a aproximar-se e cerca de 3 meses depois dessa reaproximação, começámos a "namorar". Coloco entre aspas porque nunca foi namoro. Mais um à distância, que bueno!!!

Viamo-nos inicialmente umas duas vezes por semana (nas primeiras 2 semanas), depois uma vez por semana, depois de 15 em 15 dias... sempre com desculpas para isto e para aquilo.

Como trabalhava imenso, acabava por desculpar e mendigava uns abraços de vez em quando e pronto. Nem um beijo normalmente, para ser sincera, mas desculpava sempre tudo, afinal, se insistia em enviar sms ou em ligar, estava a ser possessiva, a "abafar" o santinho, etc. E quando falo em ligar, digo uma vez por dia; quando falo em sms digo de uma a três por dia, nem sempre... mas se calhar sou eu que vejo as coisas por outra perspectiva pois isso para mim não era ser controladora, era dar um miminho.

No Verão fomos de férias (o chamado vá pra fora cá dentro) e foram horrorosas. Nem me quero lembrar!!! Desde andar numa intensa correria, dormindo pouco, fartando-me de andar, sendo mal tratada e também mesmo muito maltratada (até doente fiquei e nada... INDA AGIU COMIGO DE FORMA MAIS BRUTA), até outros assuntos menos agradáveis...

O mais curioso é que quase no exacto momento em que comecei a "namorar" com o outro, tive um sonho em que via o Lacoste muito triste numa praia. Queria ir ter com ele e não conseguia. O Gravatinha fazia pressão e não me deixava, apesar de não me tocar. Nesse exacto momento, percebi que afinal gostava do G. , mas quem amava realmente era o L.

Não durámos 3 meses, mas mesmo esse tempo foi a mais.

Passaram-se entretanto dois anos. Percebi o meu erro. Tive a pessoa da minha vida ali ao lado, sempre muito atencioso comigo e não lhe dei o devido valor (ainda que nunca tenha existido momentos de toque de mãos, abraços ou mesmo um beijo...). Deixei-me seduzir por alguém que estava mais perto, mais fácil e que parecia dizer-me muito... mas era tudo ilusão.

Perdi por completo a minha oportunidade. Ainda tentei depois disso, mas acho que magoei indirectamente essa pessoa e, a partir de certa altura, foi ela que se afastou assim, devagarinho... o que é normal.

Como estou? Como me sinto? Bem, nem sei explicar como deve ser. Apenas sei que não dei o valor, porque não conseguia!, a quem tinha ali ao lado e que talvez me amasse da mesma forma.

Hoje posso dizer que esse amor não saiu (e duvido que saia) do meu coração, mas essa pessoa também não está feliz. Gostaria de dizer que ele está feliz e, mesmo dorida, diria que estou feliz por ele por ter conseguido encontrar a felicidade. Infelizmente, não o posso dizer. E isso também me custa.

Se era amor? Era e foi. Se é? Sim, mas tive de o colocar num baú fechado e colocar para trás, para conseguir avançar. Não posso ficar agarrada ao passado. Para a frente é que é e será sempre o caminho!

Creio que nesta vida tão curta as oportunidades de sermos felizes não aparecem propriamente todos os dias. E amar a sério, com alguém tão parecido connosco, não creio que seja oportunidade única, mas é muito raro, ainda mais quando pensamos da mesma forma, agimos do mesmo jeito, sentimos do mesmo modo.

No entanto, nem sempre o timing é o perfeito. Nem sempre as coordenadas acertam no mesmo lugar ao mesmo tempo, na mesma existência. 

Mas o amor existe. Está por aí. Há que procurar e não desistir NUNCA.
Como dizia uma pessoa muito querida que já me morreu (o meu segundo pai - o meu querido avô): parar é morrer e se "planos adiantados saem sempre furados", "o passado também nos espeta farpas de gelo no coração, congelando-o".
Assim, há que ter uma capacidade de amor/amar tão grande que consigamos perdoar mesmo quem nos magoou injustamente, quem fez falsas promessas, quem nos usou o corpo e abusou da carteira; quem nos atirou para a lama e pisou em cima, quem nos cuspiu no prato e jogou fora os restos, quem nos torturou a mente e adoeceu o corpo num vómito seco de dor e angústia.

Perdoar não é só uma grande virtude, é uma das formas de amar. E não é para todos! Acima de tudo, há que assumir os nossos erros, pedir desculpa a quem magoámos, implorar perdão, por gestos e atitudes, a quem partimos o coração. 

Mas, mais importante que isso tudo, é admitir que errámos e perdoar-nos a nós mesmos. Só assim evoluiremos e cresceremos enquanto pessoas, por muitos baús cheios de amores impossíveis que guardemos no porão do nosso coração.

E, sabem uma coisa? É mesmo verdade que depois da tempestade bem a bonança e às vezes a felicidade espreita pelas portadas da casa que mais parece abandonada, só à espera de ser captada pelo cantinho do nosso olho, para nos atingir em pleno e nos permitir sermos felizes. Às vezes até mais depressa do que esperamos pois a Felicidade não é uma partida nem uma chegada. A Felicidade é ela mesma a encruzilhada que nos conduz pelo caminho da vida. Uma vida plena, sábia, serena e, sobretudo, cheia de muita luz e muito, muito, muito amor. Assim consigamos amar e deixarmo-nos amar.

:))

Vossa,

Iva*




P.S. E às vezes o baú que julgávamos perdido no porão do nosso coração ganha vontade própria, sobe degrau a degrau sem nos apercebermos, e apanha-nos nos escassos centímetros antes de mais uma violenta queda no solo poeirento e seco há muito. Agora... schiuuuuuuu!!! "É Segredo!!!" :)))

2 comentários:

Anónimo disse...

Comecei a ler o seu blog, mas ainda não lhe apanhei o ritmo porque sou muito preguiçoso. Aparentemente trata-se de uma cena recorrente, mas há contudo qualquer coisa ausente que me intriga e consequentemente me desperta o interesse.
Também fico curioso (atenção ao gato), pelos intervenientes não os conseguindo enquadrar plenamente nos seus interessantes textos. Culpa minha ?!!
Mini-Micro palito, o que é isto ? de que se trata?

Felicidades.

Iva disse...

Olá anónimo!!!

O facto de não conseguir enquadrar totalmente os intervenientes deve-se apenas ao facto de eu não poder escrever directamente todos os detalhes, não vá o Diabo um dia tecê-las e serem os mesmos a lerem isto, se bem que, com o que escrevi, já me parece que depressa lá chegariam.

Mini-micro palito = Lacoste (digamos que passou a esse estatuto...): Dr. Gravatinha é a pessoa que muito me magoou e que motivou ter começado este blogue quando pensava que gostava dele / quando estava muito bem manipulada.

Se há outros factos que parecem não se enquadrar, também é normal, em especial da parte do Dr. Gravatinha pois nunca foi pessoa de agir de forma coerente e lógica, tendo atitudes que, se contadas na íntegra aqui, vos fariam duvidar muito quanto a terem sido reais ou não (e foram, infelizmente para mim).

Beijinhos e até breve, espero eu!
Obrigada pela visita!