... como, por exemplo, aquela vozinha dentro da minha cabeça que ontem me sussurrava baixinho (e que hoje também insistia): sabes, ele ainda gosta de ti. Ele nunca deixou de gostar. Mas entrou em pânico por ver que se estava a prender demasiado a ti. Entrou em pânico e ficou um pouco depressivo por ver que ainda queria viver muito, conhecer muitas, ter muitas aventuras e depois, contigo ao lado, não iria poder ser bem assim... E ficou pior porque queria ter isso tudo e... a ti ao mesmo tempo. Teve de escolher... escolheu o mais fácil. Ou não sabes que ele pensa que é capaz de sobreviver sem ti ao lado? Mas depois vai passar muito tempo.. ou pouco e ele vai novamente verificar que não é bem assim.
Merda para a puta da voz! Dasss!!! Não sei do que tenho mais medo: se desta voz que de vez em quando se sai com estas (e que há um ano atrás me dizia que ele ia voltar quando eu menos esperasse ( e voltou e foi tudo como a voz disse!!!), quando eu achasse que era impossível...), se do facto de haver demasiados indícios de que talvez sejas maricas. Entre as duas, muito sinceramente, não sei qual a melhor/pior. Ainda assim, penso que preferia a 2ª... ou não. Não era demasiado mau... Bem,mas a primeira também...!
E depois a parva da voz insiste em me recordar coisas que eu não quero lembrar, coisas que eu achava que já estavam quase totalmente apagadas:
* teres-me deixado conduzir o teu carro por duas vezes, da 2ª quase 50km (sim, o teu baby novo que ainda nem um ano tinha e o carro para ti é quase tudo!!!)
* os planos de férias juntos - tu a planeares as NOSSAS férias de NATAL, AS DO PRÓXIMO ANO PODERIAM SER NOUTRO SÍTIO DIFERENTE...
*e depois, bolas!!!, "sabes ultimamente tenho andado a pensar em casamento... ainda ontem quando estava a nadar, estava a pensar nisso...!" - ENTÃO MAS SE DIZIAS QUE TINHAS PAVOR DE CASAMENTO, QUE QUERIAS SER SOLTEIRO A VIDA TODA... depois sais-te com esta?!
Pois é, tal e qual como quando apanhamos o lixo do chão com a pá, após uma limpeza geral, assim está o que sinto por ti: a porcaria maior já se foi, os grãos de areia grandes também... agora ficam os pequeninos, aqueles que mal se vêem e até parecem não existir mas que, quando andamos descalços, encontramos logo e nos incomodam... E incomodam exactamente por isso: por existirem!
Resumindo: tenho plena consciência que já me despedi de ti, já estou na fase branca do meu luto, mas... ainda gosto um bocadinho de ti. Para mim não é propriamente positivo, mas algo tão forte, tão intenso, tão verdadeiro, que veio a crescer durante mais de 2 anos não se apaga de um dia para o outro, pois não?
Enfim, sentimentos novos em mim afloram... e não estás presente nos meus planos futuros.
P.S. nota mental: COMPRAR UM ASPIRADOR PARA ASPIRAR OS ÚLTIMOS GRÃOS DE PÓ... que ainda encontro com os meus pés nus quando caminho descalça pela estrada dos sentimentos florais veranescos (sim, pois já entrei no Verão da vida... há uns anitos!).
Sentimentos novos... Pois! Vive o dia, gaijaaaa! !!Vive o dia, Iva!!!
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a própria!
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