Quantas vezes dou por mim sozinha?
Quantas vezes me abraço esperando seres tu?
Quantas vezes me espero no frio de uma madrugada silenciosa esperando acordar e ver-te a meu lado aconchegado, quentinho e feliz, jazendo no meu regaço dorido pelas chagas de um passado doloroso?
Quantas vezes te espero ver no silêncio de uma noite gelada pelo perfume da solidão?
Quantas vezes te sinto ao lado sem nunca te ter tido?
Quantas vezes desejo ver-te para saber-te simplesmente vivo?
Quantas vezes me penetra o sufoco da saudade que morre abafado num lamento de orgulho?
Quantas vezes espero por ti, ó saudade, após te ter tido ao lado jazendo pouco desperto num sonho que não queres sonhar sinceramente ser possível?
Quantas vezes entro em piloto automático conduzindo na estrada da vida, indiferente aos outros e insensível à solidão simplesmente porque já não me sinto?
Quantas vezes cruzas o meu caminho, me mostrando o Destino que estamos unidos e que nada nos separará quando até um simples olhar de inveja e maldade nos separa com um sopro de mau olhado?
Quantas vezes me sopras baixinho ao ouvido a palavra sincera da amizade, valorizando o que realmente sou e que poucas almas julgaram poder algum dia conhecer?
Quantas vezes pensas em mim antes de pestanejares pela última vez no último segundo antes de adormecer a cada dia que passa na tua vida de solidão?
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