Se calhar quem tem seguido a história, questiona-se um pouco sobre os verdadeiros motivos do Gravatinha (agora chamo-lhe assim) para me querer tanto e depois me dar um grande pontapé no rabo! Sexo? Acredito que toda a gente pense isso e a resposta também passa por aí, mas infelizmente não foi tão simples.
Pelos vistos o Sr. Doutor já andava de olho em mim muito antes de eu saber que ele existia. Ainda eu tinha namorado. Isto há 4 anos atrás. (Conheci-o mesmo em Fevereiro de 2006, por aí... numa reunião que fora tudo menos coincidência, como soube há relativamente pouco tempo). Digo que não foi coincidência pois afinal o nosso superior pôs-nos a trabalhar juntos propositadamente. Acredito que se ele (chefe) soubesse o que me esperava nunca nos teria posto a trabalhar juntos, pois como o próprio disse ao Gravatinha (e eu fiquei a saber depois) "Olha que a Iva não é mulher para brincadeiras, é uma pessoa séria e vê lá se não a magoas. Se não a queres, afasta-te!" Ah, grande chefe! Ainda hoje o admiro por isso (apesar de ser um grande mulherengo).
Também descobri entretanto, como que por artes mágicas, quer a minha ruptura, quer o meu acidente na altura não foram coincidência. Nem sequer a morte do meu gato, a doença da minha avó e a súbita operação do meu pai. Como aconteceu? Bem, isso é discutível e apesar de acreditar que há forças estranhas que não conhecemos, a verdade é que ainda tenho alguma dificuldade em aceitar isso.
Se eu vos disser que fui "enfeitiçada" nesse sentido, provavelmente muitos de vocês irão rir. Se vos disser que vi e senti coisas em casa... se calhar vão achar-me maluca. No entanto, se vos disser que quando consegui finalmente cortar com ele (felizmente com a ajuda de uns amigos (eu diria mais até: ANJOS!) que me foram postos no caminho), tudo isso terminou e se acabaram as visões, etc, etc... se calhar já começam a acreditar em mim.
De qualquer forma, não estou aqui para que acreditem ou não em mim. São desabafos de alguém que teve de acreditar em coisas que pensava não passarem de lendas. São memórias duras de alguém que passou por muito, física e psicologicamente, para chegar onde hoje está. Mas, só para vos aguçar a curiosidade... Acham coincidência eu ter comido um bolo feito por ele, Gravatinha, e em menos de 24 horas ter dado entrada nas urgências, ter feito exames e nunca terem chegado a descobrir o que eu tinha? Estive a soro, levei injecções e nada... Depois passou e eu pensava cada vez mais nele, chegando mesmo ao ponto de deixar de dormir.
Outra "coincidência": comi algo que ele me deu. Tentei afastar-me dele à força, desliguei telm., não lhe respondia e, subitamente de novo!, fui parar às urgências, tendo de ir de ambulância, a meio da noite, para um hospital central sob risco de ser operada ou sabe-se lá o quê mais. Novamente, todos os exames foram inconclusivos. Cheguei mesmo ao ponto de não andar e de ter ressonâncias que acusavam algo na coluna. O quê? Nunca soube. Se querem saber se hoje ando? Sim, ando, corro, faço muitas coisas, como todas as pessoas. Acham mesmo que foram coincidências?? Cheguei mesmo ao ponto de me isolar de tudo e de todos, passar horas fechada no quarto às escuras, sempre a olhar o telemóvel, à espera de uma esmolinha de uma mensagem da parte dele... e nada. Ele andava muitas vezes a divertir-se em Espanha, com mulheres e, provavelmente, também com homens!
Agora voltando ao início do post... Por que queria ele tanto?
Bem, viu-me como um troféu. E espero que perdoem a minha falta de modéstia, mas algumas das coisas que a seguir escrevo foram mesmo ditas por ele, que "sempre soube que te ia conseguir, porque tinha "alguma coisa" que me dizia que sim, não importanto o que tivesse de fazer". Nunca eu esperei que esta última frase fosse recorrer a outras forças da natureza que não as da natureza puramente humana...
Quis-me porque sou bem vista no meu trabalho. Sou olhada como organizada, de confiança, muito trabalhadora, simpática, inteligente, amiga de ajudar e bonitinha (nada assim de mais, mas algo tal como "agradável à vista"). Quis-me mais porque havia um outro alguém que sentia algo por mim e ele pressentiu logo isso. Eu só recentemente me apercebi, talvez tarde demais. Foi alguém de quem me aproximei e, depois, adivinhem lá quem nos conseguiu separar?
Quis-me porque eu seria sempre um troféu para exibir no local de trabalho e entre os amigos, podendo sempre gabar bem a namorada que, além de tudo, era super carinhosa e atenciosa com ele. E agora perdoem-me a linguagem, mas soube isto também recentemente, mas ele queria (e agora vem a parte sexual)... ele queria poder dizer entre os amigos e para chegar aos ouvidos da tal pessoa que gostava de mim "fodi-a toda, de frente, por trás... fartou-se de gemer e diz que não há ninguém como eu; fui verdadeiramente o primeiro homem da vida dela"... Ele queria poder dizer isso tudo e muito mais. Queria exibir-me ao outro podendo dizer "és bonito, tens papel e tens muito sucesso profissional, mas melhor que ela, não arranjas, porque ela é minha!".
Então, sim, a resposta do porquê de me querer passa por sexo, sim, mas não era só isso. Era um grande egoísmo e egocentrismo. Era querer-me como um objecto qualquer de luxo que se exibe e usa até perder a graça ou até passar a moda. Como o seu bichinho de estimação, fechado numa gaiola, que se exibe sempre aos outros para terem inveja mas que não se dá afecto suficiente para o bichinho preso conseguir viver muito tempo... Foi por isso que ele me quis e foi por isso que, qual rapazinho egoísta, mimado e com requintes de malvadez, me deu cabo da vida até onde pôde. E ainda assim o tenta fazer...
Acreditam que ainda há pouco tempo perguntou por mim a uma das minhas amigas? Pois, mas é verdade... Deve andar um pouco frustrado de eu não me ter manifestado sobre a saída dele do nosso local de trabalho. Deve andar ainda mais lixado com F grande de eu não ter chorado baba e ranho de todo o tamanho... Quanto ao outro que gostava de mim...? Bem, essa é uma história sem final (e se calhar fica mesmo assim). Parece que às vezes para se acabar o mal, também acaba o bem que dentro ele tem...
Infelizmente, também ele deixou o nosso local de trabalho comum e todos os dias sai um pouco mais da minha vida. Se gosto dele? Pois, sim, gosto. Sempre gostei. Mas às vezes somos um bocado burros e percebemos tarde demais e, manipulada ou não, fiz as minhas escolhas e parece que tenho de pagar por elas. Se calhar magoei-o, não sei. Mas ainda que a minha cabeça fosse manipulada, o meu coração sempre soube de quem eu gostava, daí que quando comecei a namorar com o Doutor sonhasse com ele e sentisse que era dele verdadeiramente que gostava e que o Doutor me puxava para ele quando eu queria mesmo era estar com o outro... Mas a vida é mesmo assim.
Neste momento ando a colar os pedaços que sobraram de mim, a rasgar e jogar fora as lembranças menos boas e a tentar ultrapassar o que sinto pelo outro... o "Pauzinho Doce" como diz uma amiga minha (sem conotações sexuais, acreditem!). Quanto ao Doutor, se conseguiu levar-me para a cama? Bem, levar, levou... para dormir. E tenho quase a certeza que me meteu algo na água, nas férias que passámos juntos, pois senti-me muito estranha e quase sem reacção e dias depois descobri uma imensa farmácia entre as coisas deles... coisas que davam para me pôr como me senti... Nessa noite conseguiu, até certo ponto, aquilo que queria também fisicamente. Mas não conseguiu realmente o que queria, portanto não posso dizer que ele tenha ganho aí. Ganhou em tudo mais - não estou com o outro, provavelmente nunca vou estar, mas ainda tenho alguma força em mim para me reconstruir e, graças aos maravilhosos amigos e família que tenho, vou-me levantando pouco a pouco, sarando as feridas e os ossos partidos provocados pelo Doutor, curando de certa forma o amor que ainda sinto pelo Pauzinho Doce... por saber que a Felicidade não bate à mesma porta duas vezes.
Se é assim tão negativo quanto ao Pauzinho? Bem, de facto não é. Não é uma vergonha amar ou ter amado muito alguém. Se calhar foi para mim uma vergonha ter tido medo de me deixar amar. Por ele ser como é, por ele ser quem é, por eu achar que não era suficientemente boa para ele. Isso, sim, foi uma vergonha. Amá-lo? Nunca poderia ser vergonha. Não é vergonha amar alguém. Vergonha é ter medo de amar, é não nos deixarmos amar. Vergonha é fugir do amor, como tantas vezes fiz (por medo de me magoar). Hoje? Hoje não o farei mais.
Meus queridos, guardem isto no vosso coração: o amor não tem cores, não tem barreiras, não tem idades, não tem sabor e não tem de ter preconceitos. Verão, se acreditarem em reencarnação, que há muitas teorias e pré-conceitos que caem por terra: quem me diz a mim que não sou mais velha que outra pessoa? Isto, como exemplo.
Por agora, digo, não me arrependo de ter amado e de ainda amar alguém como ele, tão extraordinário, calmo, lutador, verdadeiro, honesto, sincero, amigo, culto, inteligente, carinhoso... uma pessoa realmente EXCEPCIONAL. Arrependo-me, sim, de não ter conseguido evitar ser manipulada noutro sentido e o Doutor ter acabado por influenciar grandemente a minha vida. Mas o nosso Destino é mesmo assim, cheio de contradições e dor, mas também de amor. Sei, COM TODAS AS LETRAS, que aí fora há alguém para mim. Alguém que me mereça, alguém que eu mereça também. Se me perguntarem hoje, eu digo, sem sombra de dúvida!, espero que seja ELE (o Pauzinho Doce). Mas sendo ele ou não, tenho a certeza, com toda a minha alma e coração, que será alguém verdadeiramente excepcional!
Tenham um bom dia e amem! E tenham muita fé. É isso que me dá força a cada dia: viver pelo amor e ter sempre fé.
Por agora remendo os farrapos, sabendo que amanhã terei criado um tecido novo e muito mais resistente! :))
Um grande beijinho,
Iva*