Iva's place

Aqui, fala-se de amor...esse sentimento louco que mexe cá dentro e nos faz vibrar de emoção.

Seja curto ou duradouro, dele todos queremos um pouco ou não pule cá dentro o coração!

Bem-vindos!

Iva*

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Escrevendo a terceiros dizia isto, hoje, no 1º dia de luto...


(E foi assim que ontem, dia 28, escrevi isto...Sim, dia 28 porque começou tudo dia 27 perto da noitinha e depois 28 de madrugada...)


As férias correram bem, tirando um aparte, mas também penso que é normal. Regressámos a casa no sábado (com 8 dias completos de férias!) e desde então ele ficou muito caladinho e só disse alguma coisa porque eu disse e depois, ontem, basicamente disse que se enganou, que não sentia o mesmo que eu, que afinal era só amizade, não era amor, que se enganou, que gostava mais de mim como amiga que como namorada...

Perguntou ainda se eu lá no fundo não o conseguia ver como amigo porque não me queria perder... E ainda disse que para a semana nos sentaríamos a conversar, que tinha a minha prenda e que achava que eu ia gostar... (Santa lata!!!)...

Tecnicamente, ele foi correcto porque como não usou a palavra "terminar" ou "acabar" nas sms, então eu não posso dizer que ele o fez por sms já que nem a voz dele conseguiu dar ao telefone, só mensagens, nada mais... Isto já foi às 5 e tal da matina pois ele mandou mensagem a perguntar se eu estava a dormir e disse que ele próprio não conseguia dormir.

Durante a tarde, já tinha sido parvito, ainda tentou atirar a culpa para mim pois eu estava a cobrar atenção e disse logo que não sentíamos os dois o mesmo... Que eu cobrava carinho, depois disse que eu estava muito mudada...

De madrugada lá acabou por dizer que se sentia preso... Ora tudo isto coincidiu com um aviso de uma carta registada que ele recebeu por correio na 6ª, mas que só podia levantar na 2ª.

Ao que parece, ele entrou para um posto de trabalho que queria e parece que se vai embora do centro, não sei se para longe, se para fora do país. Mas, para todos os efeitos, eu não disse nada de nada. Ele dirá o que entender do novo emprego e de mim. Desde que não diga mentiras, eu não abrirei a boca, abrindo esta excepção, claro!

Entretanto, partiu hoje para Espanha, volta domingo à noite (ou 2ª, não sei). Os meus pontos para a atitude dele são então os seguintes:

- os medos dele venceram;
- não consegue libertar-se da extrema fobia que tem a compromissos e, por mais que eu fizesse, a verdade é que não tenho hipótese, nunca tive ao que parece…
- não sabe o que quer e também não quer ter de decidir;
- deve ter saudades das aventuras dele;
- e provavelmente queria ir para Espanha descansado, para se “divertir” à brava…
- e também é mais fácil ir para fora se não tiver cá ninguém e parece que agora teve, finalmente, a sua grande oportunidade…

Eu ando muito em baixo, como é óbvio! Não esperava nada disto e depois de, nas férias, ele de vez em quando se sair com planos para o futuro apesar de, por vezes, começar a ser parvito com as conversas… não esperava nada disto, nem desta forma.

“Enganei-me!”
Parece que é normal as pessoas enganarem-se assim, não sei. Mas se ele quis pôr um fim, para mim é mesmo ponto final, não são reticências. E espero que ele depois não mude de novo de ideias…!

Para mim, uma vez mais tenho de arranjar forças para me levantar, agarrando-me não sei onde. Isto num momento em que um familiar foi assassinado há 8 dias a tiro em Setúbal (o ourives de Setúbal, até deu na televisão), me morreu o cão e vamos a ver como corre tudo no médico, devido à cólica renal que tive…

É mesmo muito difícil, ainda mais quando se gosta tanto de alguém ( o melhor amigo!!!), e tanto se confia, mas vou conseguir levantar-me.

Quanto a ele, não foi ele que morreu para mim, fui eu que morri para ele. Assim, ele nem tem nada que andar a perguntar por mim e o que eu peço é que ninguém lhe conte nada sobre mim pois ele não merece. Tratou-me de todas as formas menos bem quando nunca teve razões para tal e agora vai-se embora do centro e sou eu que tenho de encarar alguns colegas e funcionários que sabiam, não ele. Sou eu que tenho de encarar os meus pais em casa e a todo o momento me vou lembrar dele…

Mas tenho de arranjar forças e sei que vou arranjar.

Já caí tantas vezes, esta é apenas mais uma, certo?

Tenho uma tese para terminar, uma nova conferência para a qual fui convidada, em Fevereiro, e depois, quem sabe…? Se calhar vou eu para fora do país.

Quanto a mim e no que depender de mim, vai perder-me o rasto e depois que fique bem ou mal com a consciência dele, ainda que, sendo homem, deve acontecer rapidamente.

Como é óbvio, não peço a ninguém que tome partidos, até porque ninguém o deve fazer. Eu sei o que vivi, o que sinto e o que ele me fez e tenho todo o direito de nunca mais o querer ver à minha frente. Quanto às outras pessoas, não me ofendem nada se continuarem a falar com ele, e a ser suas amigas, até porque de cada vez que ele tropeçar e cair ele é que vai precisar de apoio e o meu já não terá. (No entanto, eu já fiz muito mais que a minha parte para garantir que ele fique bem para o que o espera no futuro: falei com um amigo dele e pedi-lhe que nunca lhe largasse a mão, isto depois de lhe pedir também para nunca lhe contar o meu pedido).

Por agora só peço que ele nem sonhe em voltar atrás na sua decisão. Ele tomou-a, tenho de a respeitar. Tenho a certeza que terá bons motivos e, na óptica dele, até deve achar que tem razão. Mas eu não sou ninguém para criticar os outros. Não sou perfeita, nem tenciono ser. Apenas sou humana. Apenas tenho sentimentos.

Quanto a mim, digo apenas que não se brincam com as pessoas. É isso que penso… Mas cada um tem as suas razões e só Deus as conhece a todas, como se costuma dizer. De mim ele vai obter apenas silêncio. As palavras, sorrisos, olhares e a minha presença, apenas dedico às pessoas que amo e que se preocupam comigo.

Apenas desejo que ele consiga o que quer da vida e que não prove do remédio amargo que a mim me deu a tomar. Não lhe desejo mal! Apesar de tudo apenas desejo não ter de o ver mais à minha frente, querendo igualmente que ele nunca se arrependa pois para mim seria extremamente complicado fechar a porta na cara de uma pessoa que amo. Mas dizem que o tempo cura tudo… E é nisso que eu quero e tenho forçosamente de acreditar.

Peço desculpa por este longo testamento, mas é um assunto sobre o qual me parece que dentro em breve não vá mesmo querer falar.

Muito obrigada, do fundo do coração, por todo o apoio e por toda a força. Dizem que o que é nosso a nós há-de vir ou regressar. E tenho a certeza que algo muito bom estará, decerto, à minha espera. Só tenho de ter forças, acreditar e não perder nunca a esperança.

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