Afinal a acção de formação sobre dependências acabou por ser muito útil para mim.
Ensinou-me a ver com objectividade e clareza esta situação. Deu-me, sobretudo, meios para recuperar e objectivos a atingir sempre na direcção da cura.
Sim, cura!
Estar dependente do que sinto, da forma como sinto pode ser o equivalente a dependência de substâncias.
Acredita!
Foi mesmo um médico que o disse!
Como tudo começa?
Creio que se resume essencialmente a um desencadear de sentimentos e sentidos que vão levando uns aos outros:
Como tudo começa?
Creio que se resume essencialmente a um desencadear de sentimentos e sentidos que vão levando uns aos outros:
*reconhecimento de padrões entre dois seres (conduz a:)
*interesse
*atracção
*paixão
*amor
---» dependência do que se sente e consequente relativizar e subvalorizar das outras coisas – enquanto esse sentimento é satisfeito, sentimo-nos muito bem, satisfeitos, contentes, hiperactivos, capazes das maiores tropelias do mundo! Nunca se nos esgota a força, a energia, o optimismo.
Até um simples sorriso, um simples piscar de olhos da pessoa que amamos faz com que um dia de chuva pareça menos horrível…
Quando começa a ser um problema?
Começa a ser um problema quando se verificam os seguintes factores (que, novamente, levam uns aos outros):
não-correspondência / não identificação de ou com o outro
problema de valores e objectivos: o outro não corresponde aos nossos ideais ou destrói-os por ter alguém, por não nos dar atenção, por não sentir o mesmo, o que leva a:
coração partido!
O coração partido leva a uma consequente:
desinserção social: perda/afastamento do lugar na sociedade – o emprego perde o seu interesse, deixamos de ser capazes de resolver tarefas muito complexas, de liderar equipas… Depois até as tarefas mais simples parecem complicadas. Começamos a ter insónias, a ter perda de apetite, estar apáticos ou muito nervosos e com sucessivos ataques de mau-humor descarregando as nossas frustrações nos outros. Com tudo isto dá-se, após o afastamento da sociedade, o
afastamento dos amigos.
Quando começa a ser um problema?
Começa a ser um problema quando se verificam os seguintes factores (que, novamente, levam uns aos outros):
não-correspondência / não identificação de ou com o outro
problema de valores e objectivos: o outro não corresponde aos nossos ideais ou destrói-os por ter alguém, por não nos dar atenção, por não sentir o mesmo, o que leva a:
coração partido!
O coração partido leva a uma consequente:
desinserção social: perda/afastamento do lugar na sociedade – o emprego perde o seu interesse, deixamos de ser capazes de resolver tarefas muito complexas, de liderar equipas… Depois até as tarefas mais simples parecem complicadas. Começamos a ter insónias, a ter perda de apetite, estar apáticos ou muito nervosos e com sucessivos ataques de mau-humor descarregando as nossas frustrações nos outros. Com tudo isto dá-se, após o afastamento da sociedade, o
afastamento dos amigos.
E, logo e seguida, o
afastamento da família
(deixa de nos interessar o que a família próxima sente por nós, esquecemo-nos de aniversários…).
Ora isto conduz a:
isolamento e depressão, que possível e rapidamente poderão levar a (tentativa de) suicídio pois a vida perdeu todo o sentido.
Haverá cura para um mal de amor?
Claro que há, mas é tão difícil como a cura de dependência de uma substância ou a perda de um vívio e, a qualquer momento, poderá haver uma recaída!!!
TRATAMENTO:
Para haver tratamento tem de haver uma listagem de passos / actividades / tarefas que deverão ser seguidos:
*reconhecimento do problema
*procura de ajuda especializada (conveniente) ou de família e/ou amigos
*tratamento psicológico e psiquiátrico (ambos muito aconselháveis>) ---» a pessoa é um ser humano, não uma máquina. Tem sentimentos!
*substituição (troca de substâncias para apaziguar a dor)---» no amor, tenta-se trocar o prazer que nos dava amar alguém por outros prazeres, por vezes relacionados com actividades bem mais simplificadas e do quotidiano: uma actividade desportiva, colaboração em regime de voluntariado com uma associação (ajudar os outros ajuda-nos sempre muito e faz sentir-se útil um individuo que perdeu o seu valor quando perdeu a atenção e o carinho de quem amava)… ou simplesmente: o prazer da leitura, de ir ao cinema, de sair com um grupo de amigos…
*redução da substância antagónica que causa ambos prazer e dor (amor) - tentar fazer outras coisas para minimizar a dor; sair para conhecer outras pessoas, fazer novos amigos…
*reinserção social (a pirâmide oposta):
- fazer com que o indivíduo se valorize e deixe o isolamento
- aproximá-lo da família
- fazer com que torne a encaixar no grupo de amigos
- fazê-lo (re) conhecer o seu papel na sociedade
- reintregrá-lo no mercado de trabalho
Consequentemente, ele voltará a estar interessado, motivado atingindo um ponto de equilíbrio que o permitirá caminhar novamente pela rua sem o fazer cabisbaixo, sentindo que carrega o Mundo às suas costas.
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Estranhamente, nunca nos senti tão próximos em sentimento e tão afastados em tudo o resto.
Eu acho que estou no último ponto, reinserção social, voltando a inserir-me no meu grupo de amigos e sentindo-me útil e feliz de novo, muito graças ao apoio que tenho recebido deles. Ainda tenho muitas recaídas, mas já tenho forças para não me deixar arrastar por baixo.
É uma lenta recuperação, mas sei que vou conseguir.
Ainda sinto o que sinto, mas já não me interessa que sintas o mesmo ou não. Cada um escolhe viver mais, ou menos, a sua dor. Eu, se posso ser feliz, opto por sarar a minha ferida e continuar a minha caminhada. Lamber eternamente as feridas só as fará sangrar. Há um tempo para as lamber e outro tempo para as deixar começar a cicatrizar. As minhas já têm crosta.
No fundo e ironicamente, acho que a canção que ouço agora diz tudo:
“all that’s left of us is a Picture in a frame…” – Picture in a Frame, Ben Harper
Em liberdade condicional,
Iva Filipa,
escrevendo com as suas últimas lágrimas de sangue...
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