Todos os caminhos me levaram a ti!Procurei-te,não te achei.Nunca te deste a mais ninguém.Será que agora me vês? Agora quero partir,mas sinto que continuo encostada a ti...e tu a mim e isso contraria a minha essência. E quando pensei que o sonho tivesse terminado,encontrei-te...Será que tu me encontraste já?Não sei,mas,por agora vamos partilhar o silêncio de um abraço e, enquanto a vida não corre e a clepsidra não anda...ENCOSTA-TE A MIM!AGORA!
Iva's place
Seja curto ou duradouro, dele todos queremos um pouco ou não pule cá dentro o coração!
Bem-vindos!
Iva*
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
E depois do adeus...?
Ergue-se a cabeça, limpam-se as lágrimas, olha-se para o Céu e faz-se força para voltar a acreditar. Amor e Fé nunca devem abandonar o coração.
E... o caminho é... EM FRENTE!!! :D
terça-feira, 1 de setembro de 2009
É a balada do adeus, amor meu, passados 50 km de lágrimas
(para ouvir antes de ler – clicar aqui)
Dizem que costuma ser kharma. Também há quem diga que as cartas não mentem nunca. Eu já não sei. Ou se calhar cansei-me de amar verdadeiramente alguém sem obter algo em troca, sem a semente que carrego dentro do peito ser regada.
Acima de tudo, cansei-me de ser manipulada e de as minhas escolhas erradas terem-me conduzido para longe de ti. Quem és? Acho que já não interessa. Eu sei quem és e isso chega-me. Por isso agora escrevo-te. Uma vez mais, mas talvez esta seja a última.
«Era um dia de Verão como os outros, mas este talvez com um pouco mais de ansiedade que os outros. Decidiu meter-se no carro e levar uma prenda que talvez não chegasse a entregar, mas mesmo assim insistiu. Resolveu-se por uma cor pura e pacífica para as calças e uma cor mais celeste e motivante para o top. Tinha a certeza que ia estar calor.
A entrada na festa assemelhava-se a um casamento e deu por si a pensar “e dizia eu que este ano não tinha ido a casamentos!”. O manjar era dos deuses e estava muito acima do esperado em muitos casamentos, apesar de não ser esse o evento ali. Um casal amigo também tinha vindo e encontrava-se, com o filho pequeno, entre as dezenas de desconhecidos que por ali circulavam, à excepção do aniversariante. Curiosa e ironicamente (ou talvez nem tanto!) deu pelo casal a falar dele – criança demasiado enérgica, a pior que a bisavó de C. recordava. “Às vezes," contava C., "ninguém sabia dele e iam encontrá-lo em cima dos telhados. Sozinho. A reflectir. Nunca souberam por que o fazia.”
Gostou de ouvir falar dele. Era como ter ganho uma súbita e inesperada janela para um pedacinho do seu castelo que nunca esperara que lhe fosse revelado. Depois, seguiram-se breves relatos e observações mais recentes. Deu-lhe a sensação que viajava numa máquina do tempo – um trauma que ele teve, que não se sabe ao certo quando foi provocado e as consequências do mesmo, bem como a sua consequente auto-condenação à solidão.
Já pela tarde decidiu mandar-lhe mensagem. “Tenho de fazer a despedida. Isto assim não pode continuar. Assim não consigo dormir, mal como, ando triste e se ando melancólica, fico doente. Tenho de me despedir e isso vai acontecer hoje.”
A resposta à mensagem chegaria horas mais tarde. Mas ele agora já não enviava mensagens. Ela não entendia porquê. E a alcunha de “princesa”, que terminara quase dois meses antes quando ele escrevera por duas vezes “minha princesa” nas mensagens (e até a chamara assim ao telefone), já há muitas luas não se fazia ouvir. Desta forma, em vez de mandar mensagem, ele ligou. Mas ela não ouviu o telefone. Como consequência só lhe ligou cerca de 40 minutos depois. E no meio de tanto “podes dar-me a morada?” e de vários “porquê?” pelo caminho ela decidiu que “dou-te isto hoje, passo por aí e dou-te.” Ele alegou que já não ia sair nessa noite, ela replicou que não fazia mal, que era só dar-lhe aquilo (e não lhe disse o que era) e que iria embora logo em seguida.
Ela enviou-lhe mensagem quando saiu do local da festa. Chegou perto da residência dele e esperou num pequeno largo que havia ali perto. Enquanto esperava observava a lindíssima baía lá em baixo, bastante iluminada, com os pequenos barquinhos a servirem de decoração naquele lusco-fusco quase escuridão das nove e pouco da noite de uma calma noite de verão.
Adivinhou que ele se aproximava poucos segundos antes de ver a manga da camisola a abanar, rente à parede. Tinha estacionado estrategicamente na direcção de um caixote de lixo e nem se dera conta disso. E não, não cheirava mal, parecia acabado de ser tirado da fábrica e ali plantado.
Saiu do carro e ele olhou-a deixando escapar, pelo que a ela lhe parecera – sem querer!, um “estás toda produzida, já foste partir mais corações”. Ela respondeu-lhe com um sorriso triste, que ele nem deve ter visto, enquanto se esticava para o porta-bagagens do pequeno carro comercial e tirava um saco que rapidamente lhe pôs nas mãos.
Ele espreitou lá para dentro e os seus olhares cruzaram-se. Ela sorriu pouco depois. Ele tinha entendido sem ela ter tido necessidade de falarem. De facto, ela não queria que ele abrisse ou visse algo ali. Não queria mesmo. Era um presente de despedida que continha uma frase que o deixaria a pensar. E nessa mesma frase estavam contidas tantas alegrias, tanta esperança, tanto amor! Essa parte ela achava que ele nunca iria alcançar e nem tinha a certeza de querer que ele entendesse pois ainda a iria deixar muito mais exposta.
Ela não queria que ele visse nada ali e ele, olhando-a, compreendeu. Depois, ela entrou no carro, que nunca chegou a parar, e preparava-se para ir embora. Ele começou a fazer perguntas e observações. Ela ficou surpreendida por ele querer conversa, ainda por cima por ter percebido logo pelas suas palavras que ele se preparava para jantar no momento em que ela lhe deu toque e mandou nova mensagem anunciando a sua chegada.
A meio da conversa, ou talvez no fim, anunciou que andava a fazer as despedidas e que, como tal, decidira passar por ali para lhe deixar aquilo. Ele sorriu, mas os olhos não concordaram de todo com o sorriso. Pareceu-lhe a ela ter visto uma pequena nuvem de preocupação passar entre o brilho daqueles olhos tão escuros. Ou talvez fosse apenas imaginação sua. Mas essa parte ela nunca iria saber.
- Despedida? Então? Vais viajar?
Ela não respondeu, fez um sorriso que tinha a certeza que ele entendera como melancólico e não como troça, como ela queria dar a entender. Mas já não importava e, na verdade, nem se esforçara muito por isso.
- Vais para fora do país? – perguntou ele, dando-lhe, em simultâneo, um pequeno carolo na testa, só para implicar com ela.
Ela voltou-se para o olhar e deu-se conta da proximidade dele, todavia, nem ele se deve ter dado conta da mesma. Uma vez mais, como tantas outras, ao longo daqueles anos (desde que o conhecia, de facto!), deu-se conta de quão bonitos eram os seus olhos, de um castanho intenso, profundo, muito brilhantes, muito grandes, a observá-la ali de tão perto. Uma vez mais não lhe respondeu com palavras, apenas pensando “como se não soubesses!”.
- Vais para onde?
- Para a quinta do conde… - respondeu ela, sem qualquer referência real ao topónimo utilizado. E novamente a resposta foi um pequeno carolo na cabeça, no que a ela lhe pareceu apenas uma desculpa dele para lhe tocar no cabelo, a ficar já muito comprido, e nessa noite bastante lisinho e solto, de ter sido arranjado em casa.
- Bem, tenho de ir embora e tu tens de ir comer. Não empato mais o teu jantar.
- Ah… vais daqui, vais continuar a festa…
- Festa? Não me parece!
- Ah… mas tu tens idade para isso, eu já não…
- Lá vem ele com conversas parvas de novo! – explodiu furiosa, ainda que apenas a meia voz. – És mesmo parvo!!! (E com esta alegação ela lembrou-se de todas as outras vezes anteriores em que ele se intitulara “cota”, alcunhando-a de “ainda menina e linda”.)
“Se não fosses burro, verias que o que eu quero de ti está aqui mesmo à minha frente, mas sem saco. Não quero mais nada, mesmo assim, não tenho tanta sorte!” – pensou, furiosa e melancolicamente taciturna.
Acabou por se ir embora pouco depois dele perguntar isoladamente pela mãe e pelo pai (coisa que ela muito estranhou e nem sabia se tinha entendido a razão para tal, talvez apenas para fazer conversa, quem sabe?), pela continuação dos estudos (que ela não iria mesmo seguir pois o seu coração já não lhe pedia aquilo. De todo! Se tivesse oportunidade, e se fosse amada com tanta força como o amava, era a ele e a uma futura família que se queria dedicar, mas, como a própria dissera dias antes a uma amiga “minha querida, já não existem contos de fadas nem príncipes de encantar”).
- Daqui a um ano, ano e meio continuas os estudos.
- Duvido porque…
- Ah, vês?! É como te digo!!! – interrompeu-a ele, certo do que dizia. E no interior dela, teve a certeza que se fosse possível, ser-lhe-iam vistas lágrimas de sangue correndo em fio do coração trespassado por aquelas palavras. Por essas e pelo que vira momentos antes nos seus olhos. “Ele gosta de mim. Ele gosta mesmo de mim. Mas tem medo. Não quer tentar.”
Pôs o carro em andamento e ainda lhe gritou, a ele, que já se afastara, estranhamente a passo incerto e inseguro (nada típico):
- Nem pensar! Não é isso que quero para mim! Tchau!
“Tchau? Devia era ter dito adeus. Era isso que devia ter dito pois é mesmo o que é.”
Chegou ao primeiro cruzamento e sentiu aquele ímpeto dos filmes, em que, no último momento um dos dois abria o coração e revelava o que lá ia dentro, talvez mesmo correndo atrás. No entanto, todas as suas entranhas doíam num estranho rodopio, provocador de tontura e vómito. Era ansiedade e certeza. Tristeza e dor também. Era amor, mas, da parte dele, o “correr atrás” sabia que não iria acontecer.
Desceu velozmente a inclinação com a costa norte em frente, vendo o esbranquiçado das ondas irrompendo na agora noite escura. Vidros abertos na quase totalidade. Cabelos soltos ao vento.
“E quem diz que o fim não pode ser como nos filmes?! Apenas não tem de ser o final de um contosde fadas, mas é o terminar de algo.”
Acelerou quando conseguiu verificar que o seu carro era o único a rodar naquela zona da cidade, numa “noite criadora”, como ele lhe chamara momentos antes. Desejou ouvir “bitter sweet symphony” pois sabia que a canção acompanharia quer os seus pensamentos, quer o que sentia. Porém, tal como ele não abrira a boca, também a canção não surgira. Então, por ali foi ela, estrada fora, com os quilómetros cada vez mais longe do zero. Ele insistira com os dedos dentro do carro para pôr tudo a zeros. Quereria saber quantos kms os separavam? Mais tarde ela verificou serem 52,400. Coisa que ele jamais iria saber. Não da boca dela, não por ela. Dissera um “tchau”, mas na verdade era um adeus.
O resto? O resto ela decidiu guardar num lugar muito seguro, num cantinho muito especial no seu coração, onde ainda não morava ninguém, onde agora passou a morar ele e tudo o que sentira por ele ao longo daqueles cerca de três anos. “Se ele soubesse!!!” Mas não sabia. Ela nunca contara. Achava que ele tinha desconfiado, mas nunca abrira a boca. Tivera medo, muito medo.
Quando nos partem o coração uma vez, sofremos muito. Quando o partem a segunda vez, achamos que morremos, mas quando o partem mais vezes que isso, temos de ser conquistados devagarinho, por alguém com certezas, por alguém com um coração puro e cheio de amor para dar. Como o dele. Mas ela também tinha noção que o dele havia sido partido. E não podia pedir milagres.
Percorreu novamente os 50 kms (aliás, o que ela agora sabia serem 52km e
Achou e sentiu a vida injusta, sentiu-se injustiçada uma vez mais, mas talvez da única vez em que ele estivera disposto a arriscar ela estivesse demasiado cega para se conseguir mover e, sempre que o tentava, sentia-se tão doente que essa doença só passava quando se afastava dele.
No fundo desejou que lhe saísse o euromilhões… não, para ser sincera, ela desejou que ele não tivesse o que tinha. Porém, também sabia que isso só resolveria metade do problema. A parte da idade nunca conseguiria ocultar, manipular, fazer esquecer… e se a primeira parte o fizera tornar-se extremamente desconfiado com as pessoas, a segunda era incontornável.
De qualquer modo, ela também nunca iria suportar que algum dia ele a acusasse de interesseira quando, de facto, ela só se apercebeu de tudo em Abril, por ver a forma como o tratavam, por ver como toda a gente o conhecia e por ouvi-lo falar e notar certos pormenores. E a isso seguiram-se 50 kms de lágrimas em que se perguntou vezes sem conta “porquê?”, tendo já como certeza que ele nunca a iria deixar aproximar-se. Mas o que lhe doía mais era ele tê-la tratado naquele jantar como apenas “mais uma”, fazendo-a sentir-se suja, desprezível e sem valor, quando, no fundo, ela estava tão preocupada com ele que acedera rapidamente naquele jantar, esperando que ele desabafasse e ela o conseguisse ajudar. A verdade que ela ainda não queria admitir nessa altura era que não suportava vê-lo sofrer.
“Adeus, meu amor. Sei que parece um filme, mas creio que ainda tenho o direito de te recordar como bem quiser e entender e estarás sempre, mas sempre, num lugar muito especial dentro do meu coração. Vou recordar para sempre aquilo que és, pois é assim que te vejo: verdadeiro, genuíno, original, porto de abrigo, simpático, muito educado, culto, óptimo conversador, amigo, o meu apoio, a minha força… a energia que tens, essa aura que exalas quando entras num local e toda a gente tem de te olhar porque te sente… o teu sorriso lindo (na verdade foi o mais bonito que já vi até hoje, por ser ingénuo e inocente como o de uma criança, apesar de nunca o ir confessar a ninguém), o teu toque indeciso, inseguro, mas sempre quente, quando eu sempre tenho as mãos tão geladas… o bem que fizeste aos outros, que eu acabei por saber quando pensas que ninguém soube ou sabe… a tua força, a tua sinceridade… e, no fundo, um homem tão forte com tanto para dar, mas que, como uma criança que tem um segredo e um tesouro precioso, guarda o seu coração imenso numa simples caixinha pequenina de cartão, receoso (demais até!), que alguém a leve e jamais a devolva…
Agora entendo um poema inglês que uma vez ouvi “You are my North, my South…”.
Guardar-te-ei assim. Sempre. Para sempre. Mas desta vez não vou pensar que será até à nossa próxima vida. Sinto que ando por cá há imenso tempo, agora tenho de parar para descansar. Não já em tempo humano, mas daqui a uns minutos em tempo celestial. E era esta a minha última hipótese de … chegar a ti.
É assim que sinto tudo isto, mas já não o lamento.
Sei que nunca lerás isto. Nunca o contarei e, afinal de contas, a Iva não é mesmo Iva. Mas espero que o que penso e sinto chegue a ti e que, por favor, faças o favor de seres feliz. Assim sei que também serei um bocadinho. E perdoa-me, sim? Perdoa-me por me ter deixado cegar e não te deixar chegar a mim quando tentaste com tanta força.
A mensagem que te deixei, é e será sempre só tua. Foi escrita para ti. Mas para alguém que possivelmente a leia, julgando tratar-se de ficção, quando, na verdade, é nada mais que a história da minha vida, apenas acrescento que para os sonhos nunca será tarde demais. A eternidade está à porta, meu querido (meu príncipe, como te chamei algumas vezes!), está aí perto de nós para tentarmos corrigir os nossos erros, mas nunca te esqueças que a vida é só uma e nunca temos mais do que uma de cada vez para tentar.
Até… sempre! Adoro-te, como e pelo que és, defeitos incluídos!
Adeus.»
E no dia seguinte quando contei a tua, a nossa!, história com um final de filme, creio que fiz chorar alguém. Só eu não chorei, sabes? Eu já não tinha mais lágrimas para chorar e a minha última balada, a da despedida, talvez a tivesse feito 50 kms antes, numa noite meio chuvosa e enevoada de Abril, em que chovia mais pela minha cara e peito abaixo, em que a chuva intensa embatia violentamente contra o vidro do meu carro…
E no final, haverá sempre estrelas para olhar e memórias para recordar… Certo?
«Stars, Simply Red»
(E não. Este post nada tem a ver com a pessoa que originou este blog. Esse há muito que foi ultrapassado.)