Iva's place

Aqui, fala-se de amor...esse sentimento louco que mexe cá dentro e nos faz vibrar de emoção.

Seja curto ou duradouro, dele todos queremos um pouco ou não pule cá dentro o coração!

Bem-vindos!

Iva*

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Medo de amar...


Sempre me disseram para não ter medo de nada.
Sempre me ensinaram que devia respeitar todas as criaturas da natureza e a própria natureza e, respeitando-as, não deveria ter medo de nada.

Na verdade, sempre me ensinaram muito sobre muitas coisas, mas ninguém me ensinou nada sobre sentimentos.

Nesse sentido, acho que sempre tive medo que me tocassem. Não exactamente o corpo, mas que o toque fosse como um corte profundo que me atingisse a alma de forma inabalável! Sempre tive medo e creio que sempre fugi. Poucos houve que me tivessem conseguido tocar de forma mais intensa, mas houve sim. Na verdade, recordo-me das pessoas de quem gostei e de quem amei, sempre com muito carinho, apesar das mágoas.

Se amei só uma vez? Bem, na verdade creio que me permiti amar duas (a terceira tem a ver com o Lacoste e é mesmo muito discutível (e na verdade não quero falar dela)... demasiado recente!).

Tive o meu grande amor platónico - 9 anos! SIM! NOVE ANOS!!! O amor adolescente, que me fez crescer e amadurecer, ainda que nunca tivesse havido sequer um toque de mãos, um beijo, um abraço... no entanto, ficou uma grande amizade, muito bonita de facto e acho que essa cumplicidade nem mesmo o tempo conseguirá apagar.



E tive outra pessoa de quem fugi, que até achava chato de início e que intrigas e inveja separaram de mim. E com ele vivi um amor a sério. Uma pessoa que aprendeu a dar-me a mão quando percebia que eu estava tensa, que me abraçava, quando estava triste, que sabia ser honesto, sincero e me dava toda a segurança que eu precisava para avançar...



Infelizmente, a distância é um problema. E isso fez com que ele acabasse por dar ouvidos a uma suposta amiga que se tornou comum (sendo inicialmente minha)... e levasse a terminar tudo, aparentemente, porque a culpa era minha. Fê-lo na véspera de o ir ver, quando eu tinha comprado um grande bolo de chocolate ( preferido dele!), escrito um postal mega-gigante, e dedicado algumas horas no computador a preparar-lhe algo especial. E terminou por mensagem...



Creio que desde então, tenho passado pela vida, translúcida, tentando não dar nas vistas, apesar de ser estranhamente muito notada (deve ser por não querer ser notada que todos reparam em mim).

Passaram alguns anos, muitos anos, dirá muita gente e com razão, mas, na verdade, apesar de ter tido dois "pequenos episódios", bem, três para contar mesmo tudo, se bem que esse foi mais platónico que sei lá... nunca deixei alguém se chegar tão perto como ele. Não só por uma questão de distância em kms... bem, talvez por isso, mas também porque duvido que alguém me consiga dar a confiança e segurança de que preciso para voltar a dar o meu coração.



Sinto-me bem mais confortável no meu cantinho, sem ter de me incomodar em ter medo, em entrar em pânico por estar apaixonada e não saber o que se segue, não saber controlar essa paixão e sentir que estou dependente de outra pessoa. Claro que nada iguala a magia do amor, mas, também posso dar o melhor de mim de outra forma, ajudando outros!

Certo, não tem nada a ver, mas ninguém me pode censurar por ter medo que me toquem a alma e me roubem de novo o coração, certo?!



E aqui está! Finalmente admito! Tenho medo de amar! Aliás, creio que se trata quase de uma fobia!
Pensar naquela sensação primeiro de borboletas e depois de murro no estômago, daqueles suores frios, uma sensação quente e fresca, as pernas que tremem, a boca que só se abre para dizer coisas estúpidas... o tropeçar em tudo o que está e não está no caminho só por estar na presença dessa pessoa... entre muitas outras coisas!!! Como, por exemplo, olhar horas e horas para o telemóvel a ver se toca, esperar que uns meros caracteres cuidadosamente organizados possam dar azo a um grande sorriso e a uma sensação de ego superior da minha parte... Hummm, é muito bom, mas põe-me "um medo do caraças!"

E está dito! Agora podem apagar tudo o que leram. ahahahah. A intenção era só admitir, não recordar-me constantemente que admiti! :P

Iva*

domingo, 30 de maio de 2010

Uma grande questão... sobre o Amor!

Amar ou ser amado?



Se pudessem escolher apenas uma das partes, qual seria e porquê?

Duas histórias tristes




A primeira é ainda recente...

Um homem rebelde, que muito se divertia e parecia não se querer prender. Apaixonou-se e casou. Desse casamento, nasceu uma menina linda, qual uma princesa - loirinha, de olhos claros. No entanto, talvez o homem se sentisse preso. Ou talvez não.
A menina não tinha ainda 6 anos e a mãe, após uma festa, sentou-se e fechou os olhos. Não tinha ainda 33 anos. Fechou os olhos e morreu. O homem voltou à sua vida anterior. A menina andou um pouco perdida. O choque foi geral pela morte da sua mãe. 

Hoje diz-se que talvez a mãe tenha morrido devido à pressão sentida pela parte do marido, que não se queria preso. 

Não se sabe ao certo a verdade. Todavia, o amor não escolhe tempo ou idade. Contudo, não é para todos e nem todos o sabem aproveitar... enquanto há vida!

------------------------------------------------------------------------

A segunda história triste, tal como muitas outras histórias tristes, é centrada em cenas que vemos todos os dias, quais filme, e que apenas representam uma pequena parte da estúpida capacidade do Homem em querer ser superior... Homem, ou mulher!

Casal na fila para pagar (sim, porque eu hoje decidi ir ao Lidl, aproveitando o pedido para o Banco Alimentar para doar qualquer coisa - menos de 2 euros um pacote de arroz e 4 pacotes de bolachas - NÃO CUSTA NADA!)...
Bem, voltando ao assunto: casal na fila para pagar...mulher a "berrar" para o marido:

- Eu bem te disse se não querias mais água!

(Marido carregadíssimo com 2 embalagens num total de 24 garrafas de meio litro de água faz uma cara triste, chateada e nada responde, encorajando-a)

- Eu bem te tinha dito. Pois!!!

E eu na fila a olhar e a pensar "ao que eu me escapei! Ao que eu me ando a escapar!!!".

Subitamente lembrei-me de outra cena semelhante, no parque de estacionamento do Modelo, com um marido bruto aos berros com a rapariga que empurrava um carrinho de bebé e a criança, de poucos meses, desatou a chorar desalmadamente pelos berros do pai.

Em ambas as situações, ambos os casais teriam entre 25 e 32 anos!!!

Dá que pensar, não dá?

Daí que eu diga, o amor não é para todos, é apenas para quem quer amar de corpo e alma. É apenas para quem luta para dar à pessoa que tem ao lado, tanto ou mais do que dá a si, para, obtendo o mesmo, serem ambos MUITO FELIZES.

E não, não são tretas românticas, são apenas realidades, que poucos conseguem ver por estarem demasiado ocupados a olharem para o seu umbigo, a apenas deixarem-se amar ou a armarem-se em vítimas porque antes foram traídos, maltratados...

Reflictam, de coração, sobre o que é o amor para vocês. E depois pensem se estarão a agir bem. Não se esqueçam que a explicação mais verdadeira para não sermos felizes se encontra muitas vezes dentro de nós.


Iva*

sábado, 29 de maio de 2010

Houve um tempo em que sonhei...


... e esse tempo começou há alguns anos atrás. Nessa altura pensei em dias assim, hoje penso nas palavras que não te disse, nas que nunca serão ditas. Penso nos pontos finais que não pus, por nunca ter existido sequer uma história por contar...

Desta forma, e após me ter despedido há um ano atrás (ou quase!pouco falta!), deixo uma canção. Mais umas das que pensei, mas não atirei para aqui para o baú, talvez por ser mais recente, talvez da mesma forma em que só agora, após a despedida, me sinto mais liberta para falar da minha forma as coisas que calei durante tanto, tanto tempo.

Mas que não se julgue que a despedida não foi feita. Mas este é apenas mais um retalho, na minha imensa manta de retalhos, um daqueles que prova que o amor tem muitas formas, é infinito, incondicional, perdoa, não se esquece, mas guarda-se. Não se perde, mas muda. O meu por ti não se perdeu, mas... alterou-se!

«Há dias assim», Filipa Azevedo





 

Curiosa a forma como a rapariga está vestida de princesa...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

The true soap opera: a novela continua!!! (ou "a novela contínua"! Parece que não tem fim!)


Independentemente de alguns episódios "out of the book", a grande questão aqui sempre foi entre o Dr. G. e o Dr. L. (falando pelas alcunhas que lhes dei, óbvio). 

E se, por um lado, Doctor G., se apressou a ver o que ganhava, não olhando a quem pisava para atingir o seu status social e por todos ser invejado, por seu lado, Doctor L. afastou-se cada vez mais.

Dois anos bolbidos... Doctor G. pensa que o tempo cura tudo e torna as pessoas uni-neuroniais, portanto, tratou de se tentar aproximar, julgando andar o passado esquecido. Entonces, liga todas as semanas, muito preocupado com o trabalho.

Como não podia deixar de ser... a semana começou com Doctor G. a ligar e termina com... a confirmação de que o Doctor Tie (G.) está mesmo de volta "à base", que é como quem diz "oh, que maravilha, voltaremos a trabalhar juntos! Vou ali comer sopa de feijão verde, lanchar umas ostras e já cá volto!".

Doctor L. desapareceu totalmente do mapa, talvez para a Conchichina. E se dizem que não há para sempre, quer parecer-me que agora foi. Lucky me. Neste caso, foram-se os dedos e ficaram os anéis, mas eu sem anéis ainda me governo, agora sem dedos... Volta, Doctor L. 'tás "aperdoado"!

(É giríssimo escrever num atafulhado enigma metaforo-alegórico, não é?)

See ya!

Iva*

Leave out all the rest!!!




Leave out all the rest




(Leave me out!)

I guess I was dreaming,
When I saw you here.
Then I just let myself go
Until you disappeared.

(You only said I’m sorry)
Then I cut the connection… down!
There was nothing else to say.
I was only dreaming, ‘cause you got away…

Then something strange happened,
And there she came, asking me questions
(I should not complain…?!)

But there was this story, I wasn’t quite aware.
Why? Are you sorry? Were you even there?

It Keeps pushing me, crazy,
Asking around
Wanting to know how
It came to this past ground!

I just want to be quiet,
All by myself,
Please keep it away now
There is nothing else.

Keep saying, it, I’m out,
It Keeps pushing me down,
Just want to be here now,
Alone and I know how!

It is being crazy
‘Cause I’m miles away
In a different kind of hazy
I’ve got nothing else to say!!!

I said bye already!
To never come back!
Close my door to you now!
And I won’t regret!

So don’t it be stupid!
Don’t mess me around!
I didn’t ask Cupid
To break you two down!

So please, it, go away now!
I don’t want to be bored,
And I sure won’t allow
It, not to let me ignored!

Just want to be silent
(And forgotten!)
From this moment on
I said goodbye without being violent,
So let me go on!!!

Why did you do these things?
Why did she come after me?
Why can’t I be quiet here?
Like if I’d just disappeared?

Did I ask you to come back?
Did I ask for your love?
Did I ask you to regret?
Did I try to be above?

Did I ask you to leave her?
Did I try to interfere?
So why doesn’t she leave me,
And get out of here?

Someday I will wake up
Totally down and stressed
Will go to the police, then,
To make my protest!

Stop, it, those anonym calls
Quite late at night
Stop shaking my walls
Don’t ask for a fight…
In justice, you know how?
If it keeps messing me around,
Keep it silent now,
Then, or it’ll get the rebound!

So go away and leave out all the rest,
Leave me out of all the rest!!!



Iva Filipa, 28th May 2010

terça-feira, 25 de maio de 2010

Pontos de situação... do meu coração!

After all, it all turns out to be what it should be!!!



Às vezes é preciso darmos vários passos atrás, para poder seguir em frente. 

Outras vezes, é preciso recuarmos kms, agarrar na bagagem que tínhamos perdido, encarar tudo sobre uma nova perspectiva, arrumá-la "sugadita" (que é como quem diz em linguagem de bebé "sossegadita") na beira do caminho, muito bem trancada, para podermos seguir em frente. Isto, apesar de sabermos que a sua carga é demasiado valiosa para ficar à mão do ladrão invejoso que por ali passe, tendo, no entanto, consciência, que, se a bagagem não ganhou rodinhas para se transformar trolley (ou seja, se não foi "actualizada"), o seu peso torna-se tão grande que deixaremos de seguir em frente com a nossa vida e ficaremos parados na poeira do caminho, ao sabor das intempéries e desnudos por completo face aos elementos da natureza.



Assim, apesar de guardar a chave desse baú num local muito especial, carregando-a ao peito, para sempre, pendurada num fio junto ao coração, admito que tenho de seguir em frente, guardando as memórias... e a chave. Esta, escondida dos olhares alheios, invisível aos pensamentos estranhos, insensível ao momento presente...

Foi assim que aconteceu com o Lacoste, ou A., verdadeira letra do seu nome. A primeira letra do alfabeto, a letra da palavra Amor, a letra da palavra que preciso para respirar... AR!

.....

Numa inconstância de sentimentos, 
perdi-me por um momento no meu labirinto inocente e egoísta de sentidos. 

No momento em que me perdi, 
encontrei-me junto a ti. 
Olhei tudo e tudo vi. 
Olhei para todo o lado, mas a ti... não vi!

Nesse momento indiferente, escrevo no futuro este poema,
completamente certa que as palavras nunca chegarão a ti,
consciente do momento em que me viste e eu não te vi,
porque de mim simplesmente tinha pena!

No momento presente toca uma música de piano no coração.
Dói a alma, ela já não pequena,
Doem-me em mim os meus sentidos, mas não de ilusão.
Sinto num abraço apertado o compasso desregrado,
do meu coração,
Doem-me todos os sentidos. 
Doem-me os suspiros e os latidos
Novamente, do meu coração.

Dói em mim tudo o que sente e ama, mas fui eu que fiz a minha cama.
Dói-me em mim Eu mesma, nem sempre serena,
pois de mim tive pena no dia em que te conheci.
Dói-me em mim uma dor forte do dia em que me viste... e eu não te vi!

No entanto, A., a vida é feita de momentos e, quem sabe?, o momento em que me viste e eu não te vi, fosse comum só a mim, que julgo agora pensar que sempre te vi, mas na verdade não foi aí que te conheci. 


COSE DELLA VITA (clicar para colocar música e continuar a ler depois)


Talvez tenha sido meu aquele pedaço de ilusão a que me permiti por segundos pensando que me vias e eu não te vi.

Agora não adianta. O tempo passa, as oportunidades passam. Neste momento, fizeram-me voltar atrás kms para te encontrar, como me encontraste, à beira do caminho, ao pó e à chuva. Foi preciso obrigarem-me a voltar, para com a chuva, conseguir ver finalmente o sol e ver-me como tu me viste, sentindo o que (talvez!) tu sentiste!

E também neste exacto momento, após te ter dito adeus em Agosto, despeço-me, desta vez deixando para trás o baú, independentemente do que poderei trazer comigo, de ti, além da chave. Esse ponto especial do que me mostraste, ensinaste, dos momentos partilhados, guardo comigo... a chave!... presa no meu fio com a cruz (FÉ) e o coração de gelo (Amor) junto do coração (por vezes tão fraco e cansado, mas sempre com imensa força para lutar e nunca desistir de acreditar!!!).

Não me sinto assim triste. Não me lamento. Obrigada pelo prazer de te conhecer. Obrigada, do fundo do coração. Isso ninguém me tira. O que eu sinto... (Curioso usar o presente distraída quando pensei estar a escrever no passado. Foi um erro de escrita, de sorte bendita. Vou corrigir!). O que senti e a forma como o que senti me fez sentir (que redundâncias, Deus meu!)... a forma como o amor me fez sentir, fez-me perceber que por mais efémeras e lucrativas que possam ser algumas situações, o que vale a pena nesta vida é amar.

O Gravatinha? Olha, não me perguntes! Se me conheces sabes a resposta. Não vivo de aparências, meu querido! E, olha, gravatas... HÁ MUITAS! E, se me atraem gravatas, o certo é que na hora de tirar as máscaras e os trajes, não são as gravatas que ficam ou que importam, portanto...! 

Gravatas para quê?! Eu e uma gravata não saberíamos nunca desfrutar de um momento em silêncio, olhando o mar e sentindo a suave brisa embater-nos na face, inspirando doce e profundamente o forte cheiro a maresia que me faz sonhar e me transporta, tantas vezes (mesmo longe do mar) para junto de ti!

Eu e a gravata nunca seremos (simplesmente porque nunca fomos) duas faces de uma mesma moeda. Mas, espera aí? As gravatas têm cara? Hummm, não me parece.

By the way. Doctor Tie strikes again! "Eles andem mesmo aí!" e o Gravatinha volta  atacar. Acho que para tentar crescer no seu ego umbilical e tentar provocar que pode, quer e manda em mim! Lamento, Doctor Gravata! Não poderias estar mais longe da realidade.

Na verdade, ainda ontem caminhava calmamente pelo jardim e dei por mim a perceber que o que me atraiu tanto nele foi o que ele tanto (tentou!) copiou de ti! Todavia, tirei-lhe as máscaras, pouco ficou. Tirei-lhe a gravata e nada ficou, pois, ninguém consegue fingir tudo o tempo todo.

Queres saber mais? Desculpa. Desculpa mesmo, mas para me permitir ser eu como quero e ser feliz, tive de deixar de mim, essa parte de ti, para trás no caminho. Mas não fiques triste. Não estás sozinho. Nem nunca estarás. Guardo-te aqui, num cantinho, bem juntinho do meu coração. Para Sempre. Como mereces. Como mereces, MESMO! :))

«Ponto de Luz, Sara Tavares»


"Algum tempo depois da minha jornada para me encontrar... E após me ter encontrado... Parei para descansar. Tinha a certeza que esta vida nunca seria em vão. Nunca pode ser em vão quando se amou de verdade. Mesmo que não tenha sido a dois. Na verdade, nunca foi tempo perdido, nem dinheiro atirado fora (se considerares, como consideras!), que tempo é dinheiro. 

Nunca foi em vão comer bife de sola naquele jantar em que nos conhecemos, com arroz espapaçado, só para falarmos os dois. 

Nunca foi tempo perdido, ver-te cavalgar as ondas, como se um anjo com asas pela suavidade com que fazias tais acrobacias.

Nunca foi tempo perdido as mensagens partilhadas sobre sonhos, quando pensaste depois que eu nunca me iria lembrar delas...

Nunca teria sido tempo perdido os jantares que partilhámos, as piadas que contámos, os argumentos que usámos nas nossas teorias estranhas (estranhas para os outros!) sobre tudo e qualquer coisa. Obviamente que não poderia dizer que concordava contigo! Iria parecer demasiado suspeito, até mais porque eu desconfiava que lias a legenda dos meus pensamentos por vezes e os libertasses antes que eu os conseguisse verbalizar... :))

Nunca foram minutos perdidos, todos os que me ligavas, aos domingos, entre as 14 e as 15:30 com uma certeza britânica... mas foram minutos perdidos aqueles em que não tive a coragem de fazer o mesmo, por receio que estivesses ocupado... Curiosamente a mente e os dedos traíram-me quase vezes sem conta, quando me enganava e te mandava mensagens por engano, incluindo uma sobre o gravatinha...! caraças para mim!

......

É estranho, curioso... sei lá, é tantas coisas! É estranha a forma como um sorriso acende em nós uma luz, estranha, que nos acende a alma, que nos aquece por dentro, como mil sóis, que nos conforta com a suavidade de mil abraços, que nos eleva aos céus com a doçura de um beijo dado na testa na frescura de um abraço amigo. Não, não trocámos abraços, nem beijos na testa... tudo isso é conversa! Mas é interessante a forma como isso em mim desperta emoções. 

Curiosa a forma como um simples sorriso que nos é oferecido sem consciência, nos pode fazer sentir uma pessoa mais leve e, simultaneamente, uma das melhores pessoas do mundo, capaz de dar sem limites, crescendo em mim uma vontade enorme de ajudar toda a gente, de dar o máximo e o melhor de mim... para que aquele sorriso se repita muitas vezes, muitos anos, para sempre!, todas as vezes que trocarmos um olhar!!!

Por tudo isso, parto. Hoje tenho mesmo de partir. Não posso adiar mais a minha partida. Mas também não posso negar a tua existência na minha vida. NUNCA. Por isso, guardo os meus bons momentos. Meus pois decerto foram mesmo só da minha parte sentidos (isto às vezes é tão complicado).

Não me procures, não me prometas, não me puxes, não me agarres, não me abraces, não me beijes. Não me perguntes. Não questiones o que sinto por ti! 

Não me faças tremer as pernas agora que vou prosseguir viagem sem ti, o meu baú - arca cheia de tesouros valiosos que me ensinaram a ser uma pessoa plena, melhor, mais doce, mais amiga, mais brilhante, eu mesma, não a personagem Iva atrás da qual me escondo por necessidade de me ocultar (podendo ou não chamar-me mesmo Iva. É um melhor disfarce...! A verdade!!!).

Não me puxes, porque eu não quero voltar.
Não me perguntes, porque eu não quero responder.
Não me sintas, porque eu não te quero sentir.
Não me perguntes porquê. Porque eu não quero dizer que tenho medo. Muito medo! Muito! Muito!
Não me dês esperanças, porque eu não quero acreditar nelas. Não me peças, porque tenho medo.
Não me mexas, estou confortável!
Não me toques, não quero sentir. Não quero sentir-te!

Afasta as mãos do sítio especial onde aprendeste a tocar-me, arrepiando-me, sem ninguém perceber. Disfarças bem, mas eu não!

Não me olhes, não quero ver-te.
Se te vir, sinto-te e eu não quero sentir-te!
Não me puxes para fora do casulo, tenho frio.
Não me abraces, tenho medo.
Não me prometas, não digas palavras! Com palavras não sobrevivo, preciso de actos.
Não actues, tenho medo de te olhar de novo.
Tenho medo de te acreditar!
Se te acreditar, solto a chave e nesse baú verás o que sinto.
Portanto, não me peças...Não me perguntes... tenho medo.


Medricas. Sempre fui.
Deixa-me só ser. Por isso não faças barulho, não sussurres! Não me puxes o queixo para cima, não te quero olhar, tenho medo de te olhar. (Se te olho, como te nego?) Por isso não me perguntes e deixa-me ir...

Promete-me apenas que nunca te esqueces das minhas palavras "Nunca é tarde demais para lutarmos pelos nossos sonhos. Temos uma eternidade à frente, mas uma só vida para viver de cada vez".

Doce, suave, embalado pelo vento, guardei num baú (aquele de que trouxe a chave!), o meu sentimento e agora vou...


:))))

Não é triste não ser correspondido quando se ama. Triste é não saber despir o outro das aparências deste mundo para amá-lo de verdade, pois, triste é não saber amar assim! A isso chamo futilidade e ser simplório!"


Não me perguntes. Vou negar.
Não repitas a pergunta. Vou continuar a negar.
Não me digas que minto. Não quero chorar.
Não me digas que minto ao negar. Tenho medo. 
Medo de amar.
Medo de te amar.

Por isso hoje abri um pedacinho do castelo do meu coração e escrevi-te. Pela última vez.
Deixando o caso Gravata arrumado (pela parte má, claro!), mas despedindo-me também de ti, a parte doce (ainda que me tenhas dado uma palmada há uns meses, que não esqueci!!! ATREVIDO! AHAH).

Hoje abri o meu coração para ti. Voltei kms atrás. Tranquei o baú. Guardei a chave. E parti. Não, meu querido. Não parti. Parto agora.

Obrigada por existires, por sempre acreditares em mim. Obrigada pelo sorriso, por todos os sorrisos!

"Obrigada por seres um ponto de luz, que me guia e seduz", aproveitando parte da canção, assim me despeço, okis?


bjoka (como tu dizes)


"Agora a tua vida é o instante em que vives.
Nada mais, nada mais,mas não te lamentes. Sê inteiro na dignidade de
ti." Vergílio Ferreira, "Para Sempre"

"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive"

                  Ricardo Reis


(Com os olhos brilhantes de lágrimas que me tornam os olhos repolhudos, mas que acabam por não cair, e o coração cheio de amor, ternura, serenidade e muita paz, preparo-me para a última palavra. Sorrio, feliz. Pelo bom que sempre foste na minha vida, mesmo quando tudo o resto era negro.)

Adeus!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Fechando o baú, subindo à alta torre que se enche de água...

O baú fechou-se.

A torre do castelo embala-me, enchendo-se de água. Quase um fim, mas apenas um princípio.
A torre torna-se mais nítida...

Castelo de Pembroke, País de Gales... século XI...

A noite está muito escura, a lua muito cheia e mais próxima da terra. Quase o Verão. Não tenho frio. Os meus cabelos aloirados esvoaçam ao sabor da ligeira brisa enquanto toda a torre se enche de água. Tudo me manda saltar, pois chegou o fim. Saltar nos sonhos implica mudança! Resisto a saltar, condenando-me a morrer afogada. Qualquer uma das duas fatal! Resisto-. 

Confio e resisto. Parece tudo tão real. Os cheiros, o que vejo, o que escuto. De repente, não estou sozinha. Fui fiel a mim mesma e acreditei... :) Sorrimos ambos. Acabou! :)

O sonho agitado termina e acordo, sentando-me na cama. A Felicidade não é a meta, mas o caminho. Em todos os pequenos detalhes da vida. O Pesadelo acabou!

Vencemos.
Sorrio(-te) serena.
Ganhámos!

E o sonho não era apenas um sonho... mas um sinal! OBRIIGADA!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A minha telenovela...


A curiosidade por vezes mata o gato... ou quem se deixa espreitar, mas, por que não revelar-vos como ficou afinal a minha telenovela mexicana pessoal (mais complexa que a brasileira)?

Dura desde inícios de 2006, já há uns anitos e aqui vai.

Para quem tem seguido o blogue, já sabe muito bem quem são as personagens principais: aqui a menina Iva, o Dr. Gravatinha e o Lacoste (recentemente re-alcunhado de Mini-micro palitito...um dia explico porquê. É engraçado!!!).

Ora eu senti um clique quando num jantar em 2006 fiquei exactamente sentada à frente de um colega de trabalho com quem, de facto, nunca tinha interagido directamente. Um jantar em que tínhamos um papelito à frente com os nossos nomes...

Sempre fui extremamente tímida, talvez agora já não o seja tanto (é o que dizem!), mas... naquela altura tenho a certeza absoluta que corei imenso por reparar naqueles olhos castanhos escuros que me observavam com bastante curiosidade do outro lado da mesa... se eu pudesse, tinha colocado ali um painel duplo no meio só para não ser observada.ahahahah!

Curiosamente, ele meteu conversa, brincou com os papéis, "roubou-me" o meu e assim começámos a conversar... A NOITE TODA enquanto durou o jantar (quase 3 horas)!!! Isto por entre um arroz espapaçado e um bife de sola, duro p'ra caraças (na verdade foi o pior jantar do meu serviço em sete anos, mas o melhor em termos de companhia e isso vou guardar sempre no meu coração. Comesse eu bife de sola todos os dias para poder repetir aquelas poucas horas, mas adiante...!).

As pessoas que nos rodeavam, em especial a minha amiga S, acabou por reparar em tal conversa pois eu quase nada falava com mais ninguém, nem ele... Ela também estranhou imenso pois eu andava cada vez mais retraída, isolada, solitária... havia saído de uma relação muito dolorosa há quase um ano, mas as repercussões e episódios seguiram-se intensamente durante uns 8 meses após o fim (com recaídas, com desejo que ele voltasse para mim que eu perdoaria tudo... perdoaria tudo a uma pessoa que me maltratou tanto ou mais do que... nem sei! Nem existe termo de comparação! Mas eu achava que era amor...!). Também tinha tido um acidente que quase me punha sem andar para o resto da vida ... com outras supostas consequências também! Foi então surpreendente para a S. eu estar a falar assim com alguém que ainda por cima nem conhecia...

Meses antes tinha começado a trabalhar com o Dr. Gravatinha, mas sei que já me tinha cruzado com o Lacoste (na verdade o A.), por várias vezes pois recordo-me daqueles olhos de algum lugar... só pode ter sido daí.

Com o decorrer do tempo acabei por me ir aproximando do Gravatinha, mas lembro-me perfeitamente a forma como entrei em pânico por ter sentido algo forte pelo Lacoste só com aquela conversa. Tão forte que me fartei de auto-criticar "Iva, não podes sentir nada por ninguém com quem trabalhes!!! Iva!!!!! CHEGA!!!! NÃO PODE SER! NÃO MISTURES TRABALHO COM OUTRAS COISAS!!!!" No entanto, houve qualquer coisa de bom que ficou guardada no meu coração, além de eu ter colocado logo na cabeça que eu estava longe de ser a "mulher ideal" do Lacoste.

O tempo, o trabalho e mais coisas que agora acho que não foram coincidências, mas acções propositadas, acabaram por me aproximar do Gravatinha, que tinha CURIOSAMENTE! gostos semelhantes aos meus. Mais tarde descobri que foi mesmo tudo propositado e os gostos foram afinal estratégias de atracção que, passados quase 3 anos, acabaram por funcionar ainda que apenas brevemente.

Adiante, pois não vou entrar em repetições, o Gravatinha acabou por ser extremamente estúpido comigo, estivemos cerca de 9 meses sem falar, depois de tanto o ter ajudado, até quando um familiar faleceu e ele andou nas ruas da amargura. Voltou a aproximar-se e cerca de 3 meses depois dessa reaproximação, começámos a "namorar". Coloco entre aspas porque nunca foi namoro. Mais um à distância, que bueno!!!

Viamo-nos inicialmente umas duas vezes por semana (nas primeiras 2 semanas), depois uma vez por semana, depois de 15 em 15 dias... sempre com desculpas para isto e para aquilo.

Como trabalhava imenso, acabava por desculpar e mendigava uns abraços de vez em quando e pronto. Nem um beijo normalmente, para ser sincera, mas desculpava sempre tudo, afinal, se insistia em enviar sms ou em ligar, estava a ser possessiva, a "abafar" o santinho, etc. E quando falo em ligar, digo uma vez por dia; quando falo em sms digo de uma a três por dia, nem sempre... mas se calhar sou eu que vejo as coisas por outra perspectiva pois isso para mim não era ser controladora, era dar um miminho.

No Verão fomos de férias (o chamado vá pra fora cá dentro) e foram horrorosas. Nem me quero lembrar!!! Desde andar numa intensa correria, dormindo pouco, fartando-me de andar, sendo mal tratada e também mesmo muito maltratada (até doente fiquei e nada... INDA AGIU COMIGO DE FORMA MAIS BRUTA), até outros assuntos menos agradáveis...

O mais curioso é que quase no exacto momento em que comecei a "namorar" com o outro, tive um sonho em que via o Lacoste muito triste numa praia. Queria ir ter com ele e não conseguia. O Gravatinha fazia pressão e não me deixava, apesar de não me tocar. Nesse exacto momento, percebi que afinal gostava do G. , mas quem amava realmente era o L.

Não durámos 3 meses, mas mesmo esse tempo foi a mais.

Passaram-se entretanto dois anos. Percebi o meu erro. Tive a pessoa da minha vida ali ao lado, sempre muito atencioso comigo e não lhe dei o devido valor (ainda que nunca tenha existido momentos de toque de mãos, abraços ou mesmo um beijo...). Deixei-me seduzir por alguém que estava mais perto, mais fácil e que parecia dizer-me muito... mas era tudo ilusão.

Perdi por completo a minha oportunidade. Ainda tentei depois disso, mas acho que magoei indirectamente essa pessoa e, a partir de certa altura, foi ela que se afastou assim, devagarinho... o que é normal.

Como estou? Como me sinto? Bem, nem sei explicar como deve ser. Apenas sei que não dei o valor, porque não conseguia!, a quem tinha ali ao lado e que talvez me amasse da mesma forma.

Hoje posso dizer que esse amor não saiu (e duvido que saia) do meu coração, mas essa pessoa também não está feliz. Gostaria de dizer que ele está feliz e, mesmo dorida, diria que estou feliz por ele por ter conseguido encontrar a felicidade. Infelizmente, não o posso dizer. E isso também me custa.

Se era amor? Era e foi. Se é? Sim, mas tive de o colocar num baú fechado e colocar para trás, para conseguir avançar. Não posso ficar agarrada ao passado. Para a frente é que é e será sempre o caminho!

Creio que nesta vida tão curta as oportunidades de sermos felizes não aparecem propriamente todos os dias. E amar a sério, com alguém tão parecido connosco, não creio que seja oportunidade única, mas é muito raro, ainda mais quando pensamos da mesma forma, agimos do mesmo jeito, sentimos do mesmo modo.

No entanto, nem sempre o timing é o perfeito. Nem sempre as coordenadas acertam no mesmo lugar ao mesmo tempo, na mesma existência. 

Mas o amor existe. Está por aí. Há que procurar e não desistir NUNCA.
Como dizia uma pessoa muito querida que já me morreu (o meu segundo pai - o meu querido avô): parar é morrer e se "planos adiantados saem sempre furados", "o passado também nos espeta farpas de gelo no coração, congelando-o".
Assim, há que ter uma capacidade de amor/amar tão grande que consigamos perdoar mesmo quem nos magoou injustamente, quem fez falsas promessas, quem nos usou o corpo e abusou da carteira; quem nos atirou para a lama e pisou em cima, quem nos cuspiu no prato e jogou fora os restos, quem nos torturou a mente e adoeceu o corpo num vómito seco de dor e angústia.

Perdoar não é só uma grande virtude, é uma das formas de amar. E não é para todos! Acima de tudo, há que assumir os nossos erros, pedir desculpa a quem magoámos, implorar perdão, por gestos e atitudes, a quem partimos o coração. 

Mas, mais importante que isso tudo, é admitir que errámos e perdoar-nos a nós mesmos. Só assim evoluiremos e cresceremos enquanto pessoas, por muitos baús cheios de amores impossíveis que guardemos no porão do nosso coração.

E, sabem uma coisa? É mesmo verdade que depois da tempestade bem a bonança e às vezes a felicidade espreita pelas portadas da casa que mais parece abandonada, só à espera de ser captada pelo cantinho do nosso olho, para nos atingir em pleno e nos permitir sermos felizes. Às vezes até mais depressa do que esperamos pois a Felicidade não é uma partida nem uma chegada. A Felicidade é ela mesma a encruzilhada que nos conduz pelo caminho da vida. Uma vida plena, sábia, serena e, sobretudo, cheia de muita luz e muito, muito, muito amor. Assim consigamos amar e deixarmo-nos amar.

:))

Vossa,

Iva*




P.S. E às vezes o baú que julgávamos perdido no porão do nosso coração ganha vontade própria, sobe degrau a degrau sem nos apercebermos, e apanha-nos nos escassos centímetros antes de mais uma violenta queda no solo poeirento e seco há muito. Agora... schiuuuuuuu!!! "É Segredo!!!" :)))

I want to know what love is...? Hummm... not really. I know it already :D

 

Muitas vezes nos vossos e-mails me questionam sobre o que é o amor, o que não é e o que devemos fazer ou não para deixar para trás alguém que muito nos magoou, quando é tão difícil. Bem, a resposta a isso é, afinal, bem fácil: alguém que nos ama, não nos magoa. 

Pode divergir nas opiniões, mas se põe o dedo para fazer menos bem, logo encontra a forma de corrigir o que fez, sem que andemos a lamentarmo-nos pelos cantos, a perder o sorriso ou a rezar aos anjinhos para que nos tirem dessa agonia.

A canção da Mariah Carey (versão, aliás - I wanna know what love is), diz que quer saber o que é o amor e que a pessoa certa lhe saberá mostrar. De facto, o amor verdadeiro é mesmo assim. Não precisa de definições, não precisa de palavras, não precisa propriamente de corpos quando as almas se tocam e se explicam a si mesmas. Óbvio que às vezes basta o toque de dois corpos para perceber que há algo ali que é muito mais profundo que um simples (será simples?) déjà-vu. O que é então o amor?

É um toque das almas! É o encaixar final das peças quando o resto estava montado e parecia tão vazio de sentido. 

É ter batido a muitas portas e as cabeçadas nos muros terem sido muitas... é ter pensado encontrar muitas pessoas certas, mas nenhuma ter sido a certa para nós.... e depois de tanto sofrimento encontrar aquela que nos faz sorrir, não pela anedota que conta, mas sim pelo calor da sua presença, pela magia do seu olhar, pela forma como nos olha o tempo todo, ignorando o que se passa em redor, não precisando de cativar a atenção de quem está em redor pois é a nossa que lhes basta e que enche o seu coração de amor e a torna ainda mais bela aos olhos de todos.

Quando são dois a amar (recordo-vos aqui o meu recente poema "amamos os outros ou amamos o amor?"), dá-se um tudo nada ao lusco-fusco, como se fosse madrugada... Passa-se uma tarde a conversar à beira-mar, assiste-se ao pôr-do-sol de olhos fechados e caminha-se pela praia de mãos dadas, sem serem necessárias muitas palavras, pois os olhares e os sorrisos dizem tudo.

Ignoram-se os bens materiais, as invejas, o ódio, as diferenças, a ganância, a ambição desmedida, a sedução de terceiros, o fazer sofrer quem não merece e ficam dois seres simples, que só querem ser felizes, amando.

Não é ilusão, não é sonho, não é impossível de alcançar. É verdadeiro e real. Mas... há que ter em atenção se um dos dois não ama o que o outro sente por si em vez de o amar de facto!

Assim, meus queridos, quando no meio do turbilhão da tempestade (e quando pensámos em deixar-nos levar pela situação por ser mais fácil que lutar por sair e poder embarcar em novo turbilhão), é preciso recordarmo-nos sempre que há coisas e, mais ainda, PESSOAS, pelas quais vale a pena lutar, com toda a alma, de coração aberta, pois são um tesouro raro e inestimável... que também retribui o nosso amor... 

Desta forma, quando no meio da tempestade, recordem-se sempre: "por que hei-de eu sofrer tanto assim com pena de mim, pensando dar um fim à minha vida, quando estou rodeado de coisas lindas e seres ainda mais belos?". Imaginem saírem de carro, à noite, de uma cidade linda, acastelada, plena de luzinhas, cujo brilho intenso se reflecte no rio e nas suas margens semi-desertas... 

Olhem pelo retrovisor, gravem na memória dos sentidos a suave música que vos anuncia que amanhã será um novo dia (You - Jennifer Love Hewitt), pensem que haverá alguém que será o vosso "stand by me", respirem fundo e pensem: vale a pena terminar tudo quando ainda tenho tanto para viver, tanto para amar? Quando ainda tenho a pessoa da minha vida aqui à espera...? 

Não vale a pena desistir. Porque depois da tempestade, vem a bonança. Depois do estalo, vem o abraço. Depois da mágoa, vem para nós o presente e para quem nos magoou o pedaço de carvão (como no Natal aos meninos que se portaram mal o ano inteiro). É preciso é nunca desistir da procura. É preciso é nunca desistir. O Amor está aí... talvez ao virar da esquina. À espera. É preciso é saber amar. É preciso é nunca desistir. Desistir de amar.

Pensem nisto e tratem de ser MUITO, MUITO, MUITO FELIZES!!!

Uma grande beijoca, um abraço apertadinho e até breve.    :DDD


Iva*

P.S. E já agora, por que não esta? «Canção do engate, António Variações»

domingo, 2 de maio de 2010

Fantasmas

(esperando que a mensagem chegue a quem deve...)




Como é que podemos censurar alguém que nos magoa por não se ter ainda libertado dos seus fantasmas quando demorámos tanto tempo a livrarmo-nos dos nossos?

Como podemos odiar alguém que nos queimou a pele e esfrangalhou o coração em pedaços quando, no fundo, sabemos que as causas são outras?

O meu coração pode sangrar muito após queimado com ferro em brasa, ficando a pele em carne viva, pútrida; o meu peito pode sufocar-me por falta de ar, a minha cabeça pode doer e fazer-me sentir tonta de tal forma que só quero acabar com esta dor; posso ter em meu estômago um grande vazio, como se acabada de levar um murro após uma farta refeição, as minhas pernas podem não me obedecer, dormentes e incrédulas por serem incapazes de suportar o resto do corpo, mas… como se pode condenar o outro quando já estivemos nessa mesma posição, incapazes de nos libertarmos de alguém que nos deu um falso amor e só nos puxava para trás, impedindo-nos de nos libertar, impelindo-nos para acabar com a própria vida?

Demorei muito tempo a livrar-me dos meus fantasmas, mas de um em especial. Um que me fazia sentir que era ele o homem da minha vida, pela forma como se aproximou de mim. Um que me fez pensar que se não fosse fazer vida com ele, mais nenhum me conseguiria ver como realmente sou. Um que parecia pensar como eu, gostar das mesmas coisas que eu…

 Um que, pensei eu, me ensinou a amar e a ser amada, quando, de facto, fui eu que aprendi sozinha o que era amar incondicionalmente pois da outra parte só recebia ilusão e manipulação, pensando por várias vezes acabar com a minha vida, enterrando-me num mar raso de lama em que cada gesto pela libertação me levava cada vez mais para o fundo do abismo, ainda que por breves minutos parecesse encontrar terra seca e um galho a que me agarrar para de lá sair.

Mas sentia-me uma traidora por estar a abandonar daquela forma alguém a quem jurara amar, a pessoa que julguei que me ensinara a amar. Um alguém que parecia ser muitas coisas e estava sempre dentro da minha cabeça, o tempo todo… um que, na verdade, era apenas uma alma rasa e solitária que não queria estar mais só e apenas me queria para se exibir aos outros, parecer normal e esconder a sua extraordinária incapacidade de amar. Não são assim tão raras essas almas, sabiam? Mas sortudos os que não as encontram! Sugam-nos a vida, a alegria, os sorrisos, o bom humor, os amigos, a família, os dias de sol, os momentos de plena comunhão com a natureza. E julgamo-nos tão bem, apesar do mal que nos fazem, que qualquer tentativa de libertação, nos faz atirar tudo para o ar e voltar de novo ao chão. Por vontade própria. São de tal forma esmagadoras que, mesmo longe, nos fazem sentir mal quando conseguimos ser um pouco felizes. E, quando percebem que a vítima se afastou um bocadinho, voltam a investir e a fazer-nos voltar à lama, à dor, à solidão, ao sofrimento, mendigando por um bocadinho de atenção e carinho que, vendo bem, até são capazes de dar, afinal, quanto valerá ter alguém que é capaz de amor incondicional ali ao lado, quando até nem têm muito que se esforçar?

Libertar-se dói tanto!!! Dói muito mesmo! Sentimo-nos bem e atraímos de novo essa pessoa. Pensamos que afinal era só uma fase má, que será ela capaz de nos dar todo o amor de que necessitamos… depois põem-nos mal, sentimo-nos defeituosos e a pessoa volta a afastar-se. Afinal, a culpa é nossa. E entretanto, a vida passa lá fora e o tempo e as oportunidades que passam, nunca mais voltam. NUNCA, NUNCA… NUNCA MAIS.

E se, por mero acaso, numa tarde soalheira de Verão, deixámos escapar alguém que até parecia ser a pessoa certa… por medo de que a outra voltasse e depois já não tivéssemos tempo para ela… então foi tudo ilusão. Perdemos a verdadeira, idolatrámos a falsa, simplesmente porque a encontrámos primeiro e porque julgámos que ela nos encontrou…

Eu tive um sonho. Tinha 14 anos ou talvez menos.
Estava numa espécie de palácio aberto, uma espécie de corredor aberto, com muitos arcos de onde se via o mar ao longe e o rio que banhava as paredes desde castelo-apalaçado. Eu estava na ponta do corredor. A meio caminho estava alguém que olhava insistentemente pela janela contrária ao mar (se é que se pode chamar janela, visto tratar-se de um espaço aberto). Mais longe e na ponta desse corredor, estava outro homem que avançava para mim, a passos largos, sorridente. Olhei de relance para o homem que estava mais perto, mas ele não me olhou. O outro, pelo contrário, sorria e avançava para mim rapidamente…
Passaram muitos anos, mas finalmente descobri quem eram esses dois homens e descobri também o local, onde nunca havia estado, mas que reconheci no primeiro vislumbre que dele tive – Vila Nova de Mil Fontes. Os homens: o que estava parado e não me olhava, o Lacoste, o que avançava para mim a passos largos: o Gravatinha.


Esta noite tive outro sonho. Estava numa casa. Uma grande casa, com um longo corredor. Um apartamento. Tinha uma varanda. A certa altura saí do quarto e queria fechar a varanda. Era inclinada. De repente muito inclinada. Lembro-me perfeitamente de olhar para o céu e ver uma montanha de nuvens escuras a formar-se. Tinha de fechar o estoro e depois a janela. Tentei, mas o vento foi demasiado forte e vi mesmo que ia cair. Era alto. Não tinha hipótese. Pedi a Deus (estranha a forma como cada vez me torno mais religiosa!) e, não sei como, não caí. Consegui esticar as mãos e alcançar a outra extremidade da varanda, a que saía do quarto e consegui segurar-me. Fiquei ali encolhida e com medo. Sei que do outro lado alguém me via e não avisou ninguém porque sabia que a queda e a morte eram certas e nada havia a fazer. Consigo descrever todo o apartamento. Algumas partes em tons de pêssego, outras salmão, alguns prédios mas não muitos. Nunca lá estive nem conheço local semelhante.
Depois decidi de novo que tinha de fechar a varanda. Era perigosa, vinha aí uma grande tempestade e isso iria afectar a pessoa que esperava, ainda que pouco antes quase tivesse significado a minha morte. O vento era muito forte e a tempestade aproximava-se veloz. Teimei que iria conseguir fechar a janela, apesar do estoro da janela estar danificado e a varanda ainda mais inclinada que anteriormente. Resolvi espreitar de novo a varanda e apercebi-me que afinal não era assim tão alta. De facto, a queda já não me poderia fazer mal.
A minha camisa de noite voava, formando uma mancha branca e deixando-me as pernas a descoberto como anteriormente, sem nenhum misto erótico nem nada semelhante, apenas indicavam a força e a violência do vento. Consegui vencer a força do vento, fechar essa janela para o abismo. A casa voltou a ficar normal. Percebi o local onde estava. Era um grande apartamento por cima de um Banco. Recordo-me do nome do banco, mas logo esqueci. Banco Nacional, algo assim. Estranho.
A casa estava em segurança e havia uma segunda casa ali perto, da pessoa que eu esperava, com muitos vidros e muita luz. Disseram-lhe que não construísse ali, mas construiu. Era de fácil localização e nunca ninguém se perderia ao tentar encontrá-la. Acordei gravando na memória a pessoa que chegou. Não um rosto antigo, mas um novo, recente. Acordei e na realidade o rosto esfumou-se sem explicação, como se naquele momento voltasse ao meu sonho da varanda, onde me tentava agarrar com força determinada para não cair, mas onde tudo implicava a minha morte.

Não existe propriamente um porquê de contar este sonho. Foi apenas um pesadelo que se transformou em sonho e, quando acordei, era apenas um aviso de outro pesadelo.

O que quero deixar claro é que quando queremos, libertamo-nos. Colocamos de lado tudo o que nos lembra a outra pessoa, jogamos fora as lembranças, as fotos, quebramos os cds, apagamos as mensagens, o número de telemóvel, vendemos o que nos prende à pessoa sem medo de perder outra coisa qualquer, até mesmo dinheiro. Só quando o conseguirmos fazer, nos estamos verdadeiramente a libertar.

O amor é uma doença e pode tornar-se doentio. Pode mesmo matar-nos o corpo ou matar-nos a alma em vida, impedindo-nos de viver e tentarmos ser felizes, ainda que vivos. Podemos viver tipo zombies ou ter força para avançar para a nossa varanda e tentar fechá-la, mesmo que seja doloroso, mesmo que nos sintamos perder, cair… mesmo que sintamos que isso pode acabar connosco.

Eu tentei durante muito tempo libertar-me e, afinal, foi por uma fé que eu não sabia ter, que me libertei. Mesmo que não sejam crentes, tentem libertar-se como eu me libertei, interiorizando o valor contido na verdade destas palavras. Um dia, libertam-se. Foi assim que me libertei, não sem alguns meses de angústia, terror, desilusão, muito choro e muitas insónias…

Salmo 91

Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do omnipotente descansará.

Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei.

Porque ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas estarás seguro: a sua verdade é escudo e broquel.

Não temerás espanto nocturno, nem seta que voe de dia.

Nem peste que ande na escuridão, nem mortandade que assole ao meio dia.

Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido.

Somente com os teus olhos olharás, e verás a recompensa dos ímpios.

Porque Tu, ó Senhor, és o meu refúgio.

O altíssimo é a tua habitação.

Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.

Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra. Pisarás o leão e o áspide; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente.

Pois que tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque conheceu o meu nome.

Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia, livrá-lo-ei e o glorificarei.

Dar-lhe-ei abundância de dias, e lhe mostrarei a minha salvação.

Foi assim que me libertei. E um dia acordei e pude apreciar de novo o sol nascer, vermelho e poderoso, desmaiando nas suas cores enquanto eu inspirava a beleza fresca da aurora ilustrada pela geada do nascer de um novo dia, continuando a fazê-lo dia após dia. O ar fresco, livre, puro, sereno e pacífico da libertação.
Apercebi-me desta forma que independentemente de quem nos fez mal, quando nos libertamos, renascemos de novo, mais bonitos, mais livres, mais brilhantes, mais nós mesmos (pois encontrámo-nos de novo!).
É uma longa e árdua batalha, não sem alguns tropeções de dor… em especial quando vemos pessoas lindas, puras de sentimentos e fortes, a tentar libertar-se… julgando nós que se libertaram e depois… nada. Isso realmente dói. Dói muito. Mas não os podemos libertar pois não acreditariam em nós, nas nossas palavras. Têm de querer libertar-se. Têm de o fazer sozinhos.
Rasga em nós como se uma lança venenosa subisse dos infernos só para nos queimar a única parte do coração que já se recuperou. Pesa como se dissesse, malicioso e baixinho “é esta a pessoa certa para ti. Ou seria, se fosse livre. Ou seria caso se tivessem encontrado noutra altura. Ou seria se fosse mais forte que aquilo que sentiu por quem a magoou. Ou seria se fosses tu mais forte e conseguisses travar as suas batalhas…”
E é nessas alturas que nos sentimos impotentes. Primeiro com uma grande raiva e um grande sentido de injustiça. Depois com pena de nós. Posto isto, com um grave amargo trago de fel pelo coração quebrado, pela alma ferida…
Depois… Bem, depois pesa simplesmente porque não conseguimos ajudar, porque dói cá dentro pelas promessas feitas, pelas coincidências de personalidade, atitudes e pensamentos (quando NA REALIDADE NÃO EXISTEM MESMO É COINCIDÊNCIAS!). E depois fecho o meu coração, sabendo com toda a certeza que se for a pessoa certa, que se tiver sentido o bocadinho em que a amei, um dia voltará. Livre. Só assim será possível.
Fecho o meu coração e espero que a mensagem não seja em vão. Como eu um dia escrevi “se te amei um dia, se sentiste a força do bocadinho de amor que te dei, um dia voltarás para mim e não desistirás pelo meu coração fechado, lutando para teres o que é teu. Se não voltares, então é porque não eras tu a pessoa certa para mim.
Meu querido, quem tiver a chave do teu coração, que conduza o teu barco, mas não a dês a qualquer pessoa, pois não é qualquer pessoa que é digna do teu amor. Viaja, apaga a dor, encontra-te! LIBERTA-TE! Nunca acredites que és impossível de ser amado. Eu amei-te. Breves segundos. Aqueles que me foram permitidos. Se podia ser de outra forma? Não sei. Mas nessa parte mandas tu. Não eu”

E lá fora o tempo passa, o cuco canta, os gatos espreguiçam-se, sonhadores, ao sol, o galo faz valer o seu poleiro… e à tardinha as ovelhas voltam do prado chocalhando harmoniosamente, recordando-nos os nossos sonhos de criança, criando em nós força para querermos amar e ser amados… como de facto merecemos.

E, nesse momento, quando o lusco-fusco toma conta do universo e nos esforçarmos por ir mais longe e vencer a dor que nos mata cá dentro… Nesse exacto momento seremos capazes de nos erguermos mais alto e vermos além das nuvens negras e da mais profunda escuridão. Nesse exacto minuto conseguiremos ver claro e estender a mão para apanhar um pouco da luz que nos toca por segundos e que poderá tocar para toda a eternidade, assim o desejemos, assim lutemos por isso.
O Amor pertence aos determinados e persistentes. E, com a inexistência de coincidência, para quê mais fugir da felicidade quando até o próprio silêncio grita mensagens, quando até a própria distância se encurta na flor de uma escolha?

Esperando que esta mensagem chegue onde merece, onde deve, tocando uma pessoa em especial, mas muitas outras que se encontram na mesma situação, é com muito amor (de coração partido, claro está) e com muito carinho que me despeço, sem estar arrependida de me ter permitido amar quem amei, quando amei e ainda quando o fiz por poucos segundos na estrada desta vida que nos conduz à eternidade.

A vida espreita lá fora. E onde está o nosso coração, estarão também todos os nossos sonhos. J O amor não se mede pela distância ou pelos breves minutos em que o vivemos, mas sim pelas atitudes e pela intensidade com que foi vivido. Só esse vale a pena. Só esse é puro. Único, transparente e, de facto, inigualável. Agora. Para sempre. Por todo o sempre. Até à eternidade!

Iva*



“It will be all right, you said, tomorrow…

 When you wake up, I will still be here. When you wake up, we’ll battle all your fears…”




Just a little more time was all we needed…

Goodbye...