Iva's place

Aqui, fala-se de amor...esse sentimento louco que mexe cá dentro e nos faz vibrar de emoção.

Seja curto ou duradouro, dele todos queremos um pouco ou não pule cá dentro o coração!

Bem-vindos!

Iva*

domingo, 14 de dezembro de 2008

Dia 105...


Já passaram algumas luas. O tempo não pára.

Houve dias muito frios, com 10 graus dentro de casa.

Houve dias mais agradáveis.

Houve dias gelados e houve dias de chuva.

Houve ainda dias de chuva gelados.

Muitas perguntas nos passam pela cabeça. Eu tenho apenas duas:

Porquê eu?

Até onde pode chegar um homem por querer uma mulher (ainda que por capricho)?


As respostas creio que já as sei.

Apesar de tudo o que te desejo é que consigas realmente o que pedes.

E, para quem não te conhece, eu é que sou a "banana". No entanto, para quem sabe quem és, isso já é mais que castigo suficiente. Basta voltar um pouco atrás nas últimas 24 horas juntos:


- que teria acontecido se tivesses conseguido naquele exacto momento as duas mulheres, sentadas na mesa ao lado da nossa, com quem trocaste olhares à descarada mesmo sabendo que eu estava a ver?

- que teria sucedido se tivesses realmente fuzilado com o olhar o senhor da bomba de gasolina do Montijo só por ele ser uma pessoa educada e culta e estarmos os dois a falar do tempo ou do estado do país?

- que teria sucedido se fosses realmente morar no monte com o teu pai?

- que teria acontecido se tivesses reamente obtido o emprego na empresa, na escola e subido com grande posição no nosso local de trabalho, como sempre quiseste, tudo ao mesmo tempo?


Então é isso que desejo para ti: que tenhas o que desejas. O resto? Aprenderás eventualmente no caminho.


Quanto a mim, a minha lição é aprender a perdoar alguém que me virou a vida de pernas para o ar, que me tirou tudo quando eu tinha de facto tudo e me fez ficar sem nada e perder-me, inclusive, de mim. Resta-me saber perdoar. Já quase te perdoei, agora só tenho de o dizer e ser 100% verdade, pois até agora é só 90%.


Não quero realmente saber de ti. Sério que não. Desaparece do meu local de trabalho, da minha cidade, do meu sítio. Consegue o resto que queres. Tudo menos a mim.


Um dia julguei sentir por ti isto:




Mas podem os movimentos da marioneta serem realmente seus quando há alguém por trás a manipulá-los? Bem, creio que isso nunca saberemos.

Ainda quanto a mim posso dizer-te: foste burro. Foste realmente muito burro. Terias conseguido o mesmo ou muito mais sem fazer batota. Terias, com certeza. Agora? Nem pensar.


Eu estou bem. Sinto-me bem. Já sou eu a 90%, DE NOVO!


Ainda não chegou a pessoa a quem dedicar essa canção, pois ela, de facto, não és tu. Porquê? Nunca se "mata" quem se ama.


Tenho dito!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Tempestade de areia...


As tempestades de areia no deserto são inesperadas. Por vezes, quando há indícios das mesmas, elas pouco demoram a chegar. Podem durar minutos, horas e, há até quem diga, dias. E anos?


Atravessando uma paisagem menos deserta, mas com o seu quê de interessante, ou não tivesse eu um fascínio especial pelo deserto e pela cultura marroquina..., vi-me no meio de uma tempestade de areia.


De início não percebi os indícios. O sol mais amarelado, o ar mais pesado, o céu menos azul e mais amarelo... Quando dei por mim, estava no meio da tempestade. Uma tempestade de areia.


Inicialmente, distinguia por completo as vozes que me chegavam e até conseguia mais ou menos vislumbrar rostos. Depois a tempestade intensificou-se e deixei de perceber as vozes. Deixei de perceber se quem me rodeava era familiar ou não.


Quando perdi as forças, não encontrando refúgio e tropeçando sem parar, quase sem conseguir andar, senti uns braços fortes que me agarravam. Tive medo, mas depois confiei, ensinavam-me a andar e, ao seu lado, sentia-me protegida pois parecia que o seu corpo ao meu lado me protegia de mais grãos de areia que teimavam em embater com violência por todo o meu c0rpo, em especial nos olhos...


Caminhámos por horas, dias, semanas... e a tempestade não cessava... Ele apertou-me com mais força junto a si e eu sentia-me amparada, mas depois largou-me e eu, habituada a caminhar encostada, caí ao chão pois desaprendera a andar.


Contudo, ele não fugiu para muito longe. Ficou ali perto, como se quisesse voltar. Mas desta vez não me resignei a ficar. Comecei a afastar-me para longe propositadamente.


A princípio a tempestade pareceu tornar-se mais forte e eu, que mal conseguia reaprender a andar, senti-me só e desamparada e mal tinha forças para me segurar e continuar a caminhar. Depois pareceu-me ver vultos ao longe e senti que seriam amigos.


Estranho era que não me chamavam, não se aproximavam, nem me davam a mão, apens insistiam em apontar para mim. Para mim, pensava eu. Caminhei, caminhei sem destino, fixa só naqueles vultos, calor humano. Ele ficava cada vez mais para trás, no entanto parece que o sentia, de quando em quando, puxar-me a túnica preta, típica das mulheres árabes, com que ia vestida. Queria arrastar-me para trás e a minha caminhada tornava-se mais difícil, mais pesada...


Finalmente, quase exangue e sem forças, olhei para trás. Ele estava lá, além daqueles grandes portões. Olhei de alto a baixo - ERAM ALTÍSSIMOS! - só depois de um bocado, sem perceber antes por que não se mexia ele na minha direcção (visto que a tempestade além-portões era mais intensa), percebi o que estava escrito na inscrição.


Esforcei-me então por caminhar na direcção oposto. Desta vez muito mais cansada, mas também mais determinada. Comecei a ouvir vozes que me chamavam e os meus olhos começaram a distinguir as cores da roupa daquelas pessoas...


Agora a tempestade quase parou, mas ainda sinto bagos de areia contra a face e os olhos ardem demasiado, cheios de areia e lágrimas. Consigo distinguir alguma vozes, mas ainda não as pessoas. Os amigos.


Limpo os olhos com força, mas só o tempo pode tirar toda a areia que ainda tenho nos olhos.


Para trás fica uma história que se tornará lenda: a história da viajante que se perdeu do seu grupo enquanto apreciava a beleza do deserto e julgava que as lendas das Criaturas Más do Deserto era apenas isso - uma história. "Onde é que já se viu uma serpente ou um escorpião adquirirem forma humana? Ou um lagarto tornar-se homem e seduzir-nos?"


Para trás, ficará certamente a história da viajante que caminha e se dirige aos vultos coloridos que viu, enquanto a tempestade de areia já quase passou. A história da viajante que ainda não sabe se está no caminho certo, que não sabe se quem a espera no final do caminho lhe fala do coração ou se quer simplesmente o seu coração e a sua alma... A história da viajante que não sabe se percorre o carreiro certo no final de uma tempestade que lhe deixou os olhos num mar de lama e água salgada... a história de uma viajante que caminhou com um desconhecido que a parecia ajudar, durante tanto tempo, mas que, afinal, apenas a levou a atravessar os grandes Portões dos Infernos onde as tempestades de areia são eternas e o mar de água salgada e faíscas nos olhos são infindáveis. Uma viajante chamada... IVA.


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Starting Over...


Começar de novo quando já nao se é criança pode ser doloroso, porém, como dizia o ditado: há que viver como se a vida fosse eterna, mas ter sempre as malas prontas para partir. Com os momentos que julgamos bons, sucede o mesmo. No entanto, há que nunca esquecer que o passado é passado e se já passou lá, atrás, deve permanecer! ;)


Have a nice day!